Código Florestal: Marco Maia criará grupo de trabalho para debater o tema

Depois de se comprometer com a bancada da agropecuária em votar o Código Florestal em março, o Presidente da Câmara, Deputado Marco Maia, após encontro com integrantes da Frente Parlamentar Ambientalista, se comprometeu a criar uma câmara de negociação para debater o tema.

A câmara deverá conter representantes das bancadas da agropecuária e ambientalista e do Ministério do Meio Ambiente para discutir a alteração no Código Florestal. No meio político há uma máxima que diz que quando você não quer resolver um problema cria um grupo de trabalho para discutir o assunto.


Os participantes do encontro fizeram um apelo para que a proposta do deputado Aldo Rebelo, relator na comissão especial que analisou o tema, não seja colocada para votação em março, como anunciou Marco Maia. “O texto como está não pode ser votado” argumentou o deputado Ivan Valente.

O presidente da SOS Mata Atlântica, Roberto Klabin, que também é pecuarista extensivo no pantanal do Mato Grosso e apóia os trabalhos da Frente Ambientalista, defendeu o Código Florestal em vigor. “O setor que represento, de papel e celulose, se adaptou às normas existentes e esse exemplo deveria ser seguido por outros setores produtivos”, disse o pecuarista.

Klabin se esquece de dizer que o setor que ele representa, de papel e celulose, é um setor verticalizado e de escala gigantesca. As indústrias dele não vendem madeira, elas vendem um produto industrializado e de valor agregado maior, além do que uma única fábrica de papel absorve centenas de milhares de hectares de eucalipto. Nessa escala de produção pode-se absorver custos fixos mais elevados como é o caso da imobilização de capital em milhares de hectares de Reserva Legal.

O produtor rural não tem essa opção. Ele vende o produto da terra, primário, e não um produto industrializado como a celulose ou o papel, além do que o produtor individual, por maior que seja, tem uma escala de produção muito inferior do que as grandes indústrias de papel e celulose do Sr. Klabin. Por essa razão a imposição de custos fixos elevados através da Reserva Legal tende a inviabilização financeiramente a produção no restante da área. Quando menor a área, pior o efeito.

Klabin e seus deputados de estimação sabem que a imposição do Código Florestal atual destruirá a economia das fazendas individuais o que facilitará a incorporação dessas áreas por indústrias como as deles ou por grandes traders, cujas escalas de produção e nível de processamento permitem assumir o custo de uma RL de 20%.

Outra coisa que o Sr. Klabin não diz nem mostra é se a Fazenda de 50 mil hectares de pecuária extensiva que ele tem no pantanal cumpre o Código Florestal atual. Mostra as APP´s da tua fazenda, Klabin!!

Voltando ao assunto, o presidente da Câmara, Marco Maia, está acendendo uma vela também para os deputados das ONGs. Esse grupo de trabalho é tudo o que eles querem, empurrar com a barriga a solução de um problema que afeta em muito a produção agrícola. No fundo esse é o grande objetivo de Mini Sarney e Cia. Ltda.

Comentários

Na verdade o Sr Klabin quer ELIMINAR A CONCORRÊNCIA para que ele tenha uma RESERVA DE MERCADO.