Katia Abreu será relatora do Acordo do Clima no Senado

A Câmara dos Deputados aprovou na calada da noite de ontem, por unanimidade, o projeto de decreto legislativo pelo qual o Brasil ratifica o acordo do clima firmado em Paris durante a COP21. Os países signatários do acordo se comprometem a limitar o aumento da temperatura média global a 2°C. Entre os compromissos assumidos pelo Brasil estão a restauração e o reflorestamento de 12 milhões de hectares previstos no novo Código Florestal, a recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas e a integração de outros 5 milhões de hectares de lavoura-pecuária-florestas. Ou seja, quem deve pagar pelos compromissos assumidos pelo Brasil no exterior é você, meu caro produtor rural.

O Governo Federal tem alguns instrumentos para ajudar o setor rural a cumprir essas metas. Um deles é o Plano ABC amarrado pela crise fiscal e pelo caos fundiário brasileiro. Outro, é o obscuro Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), amarrado pelo caos político brasileiro. Mas nunca houve um debate sério sobre os efeitos dessas metas no setor rural, nem em como atingi-las internamente.

O Governo brasileiro está assumindo um compromisso internacional que terá repercussões internas importantes, principalmente no setor rural, mas sem se comprometer com as medidas necessárias para atingir essas metas internamente. Adivinhem nas mãos de quem parará essa batata quente?

Alguém lembra daqueles ecotalibãs que fazem tudo para esculhambar o agro brasileiro? Pois eles já comemoram a aprovação do texto na Câmara. “Agora é questão de tempo até a ratificação final”, disse Carlos Rittl, secretário-executivo de um conluio de ONGs que acompanha o tema por meio do Observatório do Clima.

O texto aprovado na Câmara dos Deputados tramita em regime de urgência e ainda precisará ser apreciado pelo Senado, onde deverá ser relatado pela Senadora Katia Abreu. A Senadora solicitou a relatoria do Projeto nesta quarta-feira (13) ao presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que concordou com o pedido.

Foto: Agência Brasil.

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