Reforma do Código Florestal pode ser votada em fevereiro na Cãmara

4º Relator: Deputado Paulo
Piau. Votação pode ser
antecipada.
Foto: José Cruz/ABr
O novo relator da reforma do Código Florestal, deputado Paulo Piau, promete entregar seu parecer sobre o projeto nos primeiros dias de fevereiro. Com isso a votação do projeto, que estava marcada para primeira semana de março, pode ser antecipada.

"Já estou trabalhando no projeto. Enviei o texto aprovado no Senado para governadores, universidades federais, organizações ambientalistas e Embrapa, entre outros. Espero os retornos até o dia 20. Daí até o dia 31 vou discutir o tema com os técnicos e fechar o parecer", afirmou Piau ao portal DiárioNet. "Meu objetivo é buscar o consenso e deixar o texto redondo para a presidente Dilma Rousseff."

Piau considera que a etapa da discussão que opôs ambientalistas a ruralistas está vencida. "A maior prova de que o texto está equilibrado é a de que ele não agradou a ninguém", diz o deputado. O texto aprovado no Senado, duramente rejeitado pelos fundamentalistas de meio ambiente das ONGs, também foi rejeitado pela ala radical da bancada da agropecuária na Câmara.

Café nos morros do sul de Minas Gerais

No final dessa semana o relator irá ao sul de Minas discutir o novo texto com produtores rurais da região. Piau, que é mineiro, terá uma dura tarefa pela frente. O texto do Senado alterou o Relatório Rebelo justamente no ponto em que o Deputado Aldo tentou proteger os produtores do sul de minas.

Aldo tratou como área consolidada os cafezais plantados em encostas comuns na região. Entretanto, os ambientalistas do Ministério do Meio Ambiente alteraram essa parte do texto. De acordo com o texto do Senado, muitos produtores de cafe e banana do sul de minas e nordeste de São Paulo, alguns seculares, terão que abandonar suas atividades.

Esse bananal no sul de Minas Gerais é considerado crime pelo texto aprovado no Senado. Ambientalistas acham que é pouco e querem ferras ainda mais o produtor, ruralistas querem consolidar e o produtor só não quer arcar com o ônus.
Foto: Ciro Siqueira 

Esse cafezal, situado em uma Fazenda histórica no sul de Minas Gerais, é considerado APP pelo texto aprovado no Senado e terá que ser destruído tendo a mata original que aí havia que ser refeita sob ônus do dono do imóvel para regozijo do planeta.
Foto: Ciro Siqueira 

Parreiral no sul de Minas Gerais. De acordo com o texto do Senado, parte desse plantio é um crime e deve ser destruído.
Em tempo, eu provei uma uva desse parreiral. Uma delícia. Isso faz de mim um cúmplice?
Foto: Ciro Siqueira

Anoitecer na cidade mineira de Poços de Caldas visto do Cristo. Monumento está acima de 1800m, até que seja considerado de interesse social, também é crime pelo Código Florestal.

Comentários

Braso disse…
De nossas terras não sairemos, vamos continuar plantando e alimentando os urbanos, se realmente acontecer o confisco das terras altas da mantiqueira no sul de minas, uma guerra civil pode ser começada, afinal 80 % da economia na região estará seriamente complemDe nossas terras não sairemos, vamos continuar plantando e alimentando os urbanos, se realmente acontecer o confisco das terras altas da mantiqueira no sul de minas, uma guerra civil pode ser comecada, afinal 80 % da economia na região estara seriamente falida.