Não se pode desmatar, certo? Qual será a conseqüência?

O senso comum reza que não se pode mais desmatar nada, nada na Amazônia, nada no Cerrado, nada em lugar nenhum. Mas precisamos expandir a produção de alimentos, de biocombustíveis, de madeira de reflorestamento, certo? Então como vamos fazer?

Vamos expandir tudo sobre áreas alteradas. Hà milhares e milhares de hectares de áreas de pastos degradados (que ninguém sabe ao certo onde estão nem quantos são, mas se sabe que existem, com certeza) e tudo será expandido sobre essas áreas.

O reflorestamento será feito sobre pastos degradados. O dendê será plantado em pastos degradados. A cana será plantada sobre pastos degradados. A soja será plantada sobre pastos degradados. O arroz, o milho, a mandioca, feijão, tudo será plantado sobre pastos degradados. Pronto. Tá resolvido o problema, certo?

Agora veja essa notícia:

Com altas de preços de aproximadamente 39% no acumulado de janeiro a outubro deste ano, a arroba do boi gordo, que acumulou mais de 14% de aumento no mês de outubro, atingiu na última terça-feira em São Paulo o maior valor real já visto, R$ 107,60, segundo pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Segundo a CNA, não há perspectiva de equilíbrio no quadro de oferta e demanda de boi gordo no curto prazo.

Pois é, esqueceram de dizer ao "senso comum" que essa será uma das conseguência da salvação do planeta. Sabe quem perde com o preço da carne mais alto? Será que serão os funcionários bem formados e qualificados que ganham altos salários nas ONGs?

Comentários

Luiz Prado disse…
"Funcionários" de ONGs gringas, pagos em dólares, nao perdem. Os deputados verdolengos e os que se fingem de verdes tampouco. Os importadores ricos estão se lixando. Perde o povo. Mas quem está interessado com o povo?

Fora isso, é evidente que essa conta de "áreas degradadas" não identificadas X expansão da produção (não quantificada) é conversa para inglês ver. Até os chineses já estão investindo em unidades de esmagamento da soja em MS (além de comprar linhas de transmissão de alta tensão, minas e outros), e este país está se tornando na própria casa da mãe Joana, o que sustenta o desenvolvimento anárquico que abastece o Lula de popularidade mas não leva a "desenvolvimento sustentável" (blearch) nenhum.