Protestando contra o Brasil rural em frente ao Monumento às Bandeiras |
Hoje, domingão de sol, em São Paulo os ambientalistas fizeram uma manifestação contra a reforma do Código Florestal. Nos deram outra grande metáfora que bem exemplifica a diferença entre envolvimento e comprometimento.
Assim como o cavalo do filé-a-cavalo, os militantes da manifestação contra o Código Florestal estão só envolvidos com o tema. Quem está comprometido mesmo é o produtor rural. É muito fácil militar por leis que outros se esfalfarão para cumprir. A Cristiane Torloni, o Vitor Fasano, o Bono Vox, o James Cameron, a Madre Marina de Xapurí, os padres, os universitários, os cientistas e os ambientalistas, não terão fazer qualquer esforço para cumprir o que exige a lei. Eles não são produtores, não serão multados por falta de Reserva Legal, nem perseguidos pelo Ibama por falta de APP.
Logicamente, se os produtores rurais brasileiros debilitarem a agricultura nacional para recuperar RL e APP, Torloni, Bono, Fasano, Madre Marina de Xapuri e os outros, ficarão bem felizes e confortáveis em um planeta com um grande jardim. Ir para a rua exigir um mundo melhor, mais preservado, empurrando o ônus desse melhoramento para "o outro" e se eximindo de arcar com sua parte desse latifúndio, é bastante confortável.
É divertido lutar pelo bem quando a gente fica só com o benefício e a parte dura e onerosa fica lá com os "ruralistas". Afinal, preservar meio ambiente no * dos outros é refresco.
Em tempo, a incoerência é tanta que os ambientalistas acharam de reunir seus militontos para protestar contra a reforma do Código Florestal diante da escultura de Victor Brecheret erguida em homenagem ao esforço dos bandeirantes para desbravar o nosso país. Na frente do Monumento aos Bandeirantes onde os ambientalistas protestaram hoje em São Paulo há um mapa de Afonso Taunay, esculpido no granito, mostrando o roteiro das expedições e os nomes dos bandeirantes mais famosos, entre eles Fernão Dias, Anhangüera, Borba Gato e Raposo Tavares.
Ambientalista é um bicho naturalmente incoerente.
Comentários
- Produtos que tomaram o lugar de florestas que você ser humano usa: Alimentos, couro, papel, ferro e metais em geral, madeira, vidros, remédios, tecidos, areia, pedra, defensivos agrícolas, adubos, etc.
- Tecnologia envolvida na produção de alimentos: Muita
- Tendência em aumentar mais ainda essa produção por área em curto espaço de tempo: Limitada
- Necessidade de alimentos e de outros produtos na população crescente: Já com muita carência.
- Locais no mundo ainda com fronteiras agrícolas: Brasil, África
- Quantidade de terras usada para agricultura no Brasil : somente 28%
- Latifundiários: Pouquíssimos
- Médios e pequenos produtores: Muitos
- Novo código diminuirá terras agricultáveis: Sim
- e com o veto: Quantidade consideravelmente maior
- Novo código eliminará alguns produtores do agronegócio: Sim
- com o veto? Eliminará muitos e inviabilizará suas terras.
- Produtores na ilegalidade na lei vigente: 90%
- Preço dos alimentos e subprodutos: terá aumento
- Com o veto: Terá aumento significante
Leia, entenda, pesquise e se informe sobre o novo código.
Analisando bem esse veto é ruim para você e péssimo para o Brasil, pois favorece apenas a agricultura de outros países inviabilizando e encarecendo a nossa.
É só você prestar a atenção e ver como a agricultura está presente em quase tudo o que você usa. Tenha também orgulho da nossa agricultura e dos nossos agricultores que terão que plantar, cuidar e ser responsáveis pelas matas com seus próprios recursos. Lembrem-se que voce na cidade também tem sua parcela de culpa pela poluição em geral que vc causa. A vegetação que ainda temos vai melhor preservada e segura com o novo código, que não permite destruir mais e obriga a plantar as margens desnudas dos rios juntamente com a Reserva Legal, mas agora dando uma condição não só ambiental mas econômica sócio-ambiental interessante a todos. Não dê ouvido a atores televisivos nesses protestos...eles sabem mesmo é só representar.
Os organizadores são “ambientalistas falsos” que sabem a verdade sobre o Código Florestal, mas mentem descaradamente, a serviço de outros interesses. Se tivessem um mínimo de preocupação com o Meio Ambiente estariam dando prioridade total na luta contra: o consumismo irresponsável das classes média e alta urbanas; o lançamento nos rios e oceanos de esgotos urbanos não tratados; a queima irresponsável de combustíveis fósseis pelos urbanos; etc. E na luta a favor da coleta seletiva de lixo urbano; reuso, reciclagem total, etc.
O próprio Parque do Ibirapuera não poderia existir se o Código Florestal fosse cumprido.
Se aqui tivesse um dos Promotores radicais que assolam os agricultores e o interior paulista, e resolvesse cumprir o CF e respeitar as APPs de margens de nascentes, rios e lagos, teriam que demolir as edificações, as praças, as ruas asfaltadas, etc, onde foi feita a manifestação. É o cúmulo da ignorância e hipocrisia.
Os demais participantes até podem ter boa intenção, mas não tem noção do que está acontecendo e se deixam levar pelos “ambientalistas falsos”. Alguns são “ambientalistas ignorantes” no sentido que ignoram a verdade sobre o Código Florestal.
Não é a toa que existe o ditado: ”de boas intenções o inferno está cheio”.
Porém, boa intenção não basta. É preciso fazer a coisa certa. Para fazer a coisa certa é necessário seriedade e conhecimento, senão, festeiros ignorantes do assunto, apesar da boa intenção acabam fazendo a coisa errada e causando resultados perversos.
A maioria dos manifestantes é da classe média e foi para o Parque em veículos poluidores, consome muito mais do que o necessário, não sabe que os dejetos deles estão indo para o rio Tietê sem tratamento, matando completamente a fauna aquática e poluindo as águas, etc, etc.
Na média, para ter Sustentabilidade ou compensar o impacto ambiental causado por um destes brasileiros da classe média baixa seriam necessários 3,4 hectares ou 34.000m2 ou +- 5 campos de futebol de Área Preservada.
Mas eles não têm nada de área preservada, nem pagam nada pela preservação necessária para compensar a sua pegada ecológica.
E ainda apontam o dedo para os outros. Ou é ignorância ou é má fé e hipocrisia.
Na minha humilda opnião vetar esse código seria a maior de todas as incoerencias,porque ele foi aceito pela maioria e ao que me parece isso sim é democracia,vetar a maioria é algo que a Presindenta não faria ela saber muito bem o peso que tem a ditadura no lombo de quem trabalha.
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