Ideia de jerico ambientalista

Jair Schimitt é servidor do Ibama. Muitas de suas propostas já vem sendo aplicadas pela instituição. É o caso da punição de toda a cadeia produtiva supostamente envolvida em desmatamentos ilegais, como frigoríficos e bancos que financiam os produtores. Outra proposta de Schimitt que pode virar realidade é a conversão das multas por desmatamento ilegal em projetos de conservação. Vem aí a fábrica de multas S.A.

Jair Schimitt foi entrevista do pela Rádio Agência Nacional em decorrência de um estudo feito por ele como pesquisador e analista ambiental do Universidade de Brasília (UnB). De acordo com estudo, as vantagens econômicas de quem desmata ilegalmente são maiores do que o risco de uma possível punição aos desmatadores.

A pesquisa, apresentada em estudo de pós-graduação, avaliou o efeito das punições administrativas aplicadas pelo Ibama para coibir o desmatamento na Amazônia. O pesquisador explica, por exemplo, que produtores que plantam em área ilegal devem sentir no bolsa a perda de dinheiro. “A soja que tava plantada em uma área, você apreender, retirar esses produtos, eles são essenciais para que o infrator sinta de imediato que ele teve perda de capitais, de ativos”, disse Schimitt à Rádio Agência Nacional.

O projeto de Jair Schimitt de financiar projetos de conservação por meio da aplicação de multas está em análise no Ministério do ½ Ambiente. Atualmente, esses valores, quando recebidos, são revertidos aos cofres da União, sem destinação específica.

A pesquisa do ecotalibã recebeu o Prêmio Capes de Tese 2016 na área de Ciências Ambientais, que reconheceu os melhores trabalhos de doutorado do país, além de ser premiada na segunda edição do Prêmio UnB de Teses e Dissertações.

Vamos pensar?

Imagine que o Ministério do ½ Ambiente possa usar o valor das multas aplicadas para financiar projetos de proteção ambiental do Imazon, ou de qualquer outra ONG, por exemplo. Quanto mais multa, mais dinheiro terão as ONGs. Vai ser uma festão, não vai não!?

Em um certo momento na nossa história recente, o governo começou a doar toras de mogno apreendido a ONGs ambientalistas. A ideia era punir o infrator tomando-lhe o mogno e doar o recurso as ONGs. Até hoje há um certo cidadão, marido de uma ambientalista famosa, envolvido com a destinação inadequada de mogno apreendido.

Recurso de multa não tem destinação específica justamente para que o beneficiário do recurso não estimule a aplicação de multas.

Foto: Ascom Ibama

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