Sebo social

Para disputar todo o volume de biodiesel comercializado nos leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP), as indústrias do país precisam do Selo Combustível Social, conferido pela Secretaria Especial da Agricultura Familiar. Até 2014, o selo só era dado às indústrias que comprassem um determinado volume de soja produzida por agricultores familiares, mas no ano passado o governo federal incluiu a aquisição de gado bovino no rol de matérias-primas que dão direito ao Selo Combustível Social.

"Quando o programa do biodiesel foi pensado, ninguém imaginava que o sebo bovino iria virar a segunda estrela do programa", explica o diretor da JBS Biodiesel, Alexandre Pereira. Atualmente, o sebo é responsável por 15% da produção brasileira de biodiesel.

Para obter o selo, a JBS Biodiesel compra soja da agricultura familiar, agora começará a adquirir bois de agricultores familiares. De acordo com Alexandre Pereira, o projeto começará por Rondônia, no município de São Miguel do Guaporé, mas também deve chegar aos Estados de Mato Grosso e São Paulo.

Para a JBS, obter o selo a partir da aquisição de bovinos faz "todo sentido", diz Pereira. Afinal, a empresa produz carne bovina. O executivo acredita que, após um período de adaptação dos pecuaristas, a JBS Biodiesel obterá o Selo Combustível Social apenas com a compra de bovinos, e não mais com soja.

O JBS acaba de inventar o sebo social.

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