Urubus verdes rondam os mortos no Rio, ou como tirar proveito de uma catástrofe

Jornalista ambiental escreve sobre o Código Florestal
Urubus rodeiam os mortos na tragédia do Rio de Janeiro. Antes dos corpos serem todos descobertos e contados, os articulistas de jornal das ONGs correm para tentar ligar a necessária reforma do Código Florestal à tragédia.

No final da semana passada Miriam Leitão publicou Mudar código florestal é buscar catástrofes, no dia seguinte o Marcos Sá Corrêa também publicou em seu blog um texto no mesmo teor A chuva não pode ir para a cadeia e hoje a Folha de São Paulo mandou outro sofisma: Novo Código Florestal amplia risco de desastre

Quanto mais eu olho para o ambientalismo moderno, mais eu o acho parecido com uma religião. Na idade média os padres assustavam as pessoas para obter vantagens. Eles diziam: Isso é um pecado. Você irá para o inferno. Mas compre aqui uma indulgência, ou uma relíquia, e você será perdoado.

O ambientalismo faz o mesmo. A estratégia agora é ligar a catastrofe do Rio de Janeiro ao relatório do Aldo com o simples objetivo de manipular a opinião pública contra o relatório. Nem importa que o relatório não tenha nada daquilo que eles dizem que tem. O povo não vai mesmo ler o relatório, basta dizer que ele os levará para o inferno e todos acreditarão. Os textos dos colunistas acima simplesmente ignoram a necessidade de reforma do Código Florestal para regularização dos problemas do campo. O objetivo é simplesmente obstar a reforma necessária. Eles não tem escrúpulo de mentir ou sofismar para atingir esse objetivo.

Um alerta para a cretinice ambiental: o texto do governo elaborado no MMA é mais perdulário com a ocupação desordenada urbana do que o texto do Aldo. Vocês estão mirando no alvo errado.

Um alerta para o pessoal que entende que a reforma é necessária. Será fácil para os goebbelianos verdes manipularem a opinião pública construindo essa ligação entre a tragédia do Rio e a mudança na lei florestal. O sofisma deles colará. O melhor agora é o silêncio. É hora de articular e preparar nos bastidores a estratégia para depois que os fatos do Rio percam a atenção da imprensa.

Comentários

Luiz Henrique disse…
A maioria dos deslizamentos ocorreram em áreas de Mata Atlântica, intocadas. É possível que com o solo encharcado, peso e altura das arvores tenham favorecido suas quedas e inicio de avalanche.
É muito fácil proibir, mas, onde os menos favorecidos vão Morar?

Se as Leis fossem cumpridas não se poderia construir em quase nenhum lugar.

O problema não é construir aqui ou ali.

A Av. Paulista (e imediações) em São Paulo é uma “APP- Área de Preservação Permanente” de Topo de Morro e Linha de Cumeada com Encostas de Declividade Acentuada dos dois lados (acima do limite das Leis), urbanizadas e construídas e, sem deslizamentos.

Todas as cidades litorâneas estão construídas em APPs de restinga.

Aliás, o Código Florestal e as resoluções do CONAMA valem em todo o território nacional, inclusive nos centros urbanos. Mas são ignorados com a conivência de todos, inclusive dos agentes do Estado, nos centros urbanos, que nada preservam e que são os reais causadores da devastação com seu consumismo, pois ninguém produz se não houver quem compre.

São só exemplos, pois o mesmo acontece em todas APPs, em todo o Brasil.

O problema real é que se deveria construir com bons estudos, projetos e técnicas.

Em vez de estabelecer QUAIS SÃO OS OBJETIVOS e obrigar o empreendedor a apresentar estudos, projetos e técnicas que os alcancem, as Leis (Insustentáveis) simplesmente proíbem, afastando os empreendedores Legais, desvalorizando a maioria das áreas e supervalorizando as poucas áreas onde se pode empreender.

Por causa de Leis Insustentáveis os empreendimentos legais ficam caros e fora do alcance dos cidadãos menos favorecidos, que são a maioria e temos a realidade, uma multidão sem acesso à moradia Legal, os “STL – Sem Teto Legal” e “APB - áreas proibidas baratas”.

O que você acha que vai acontecer?

Você acha que os STLs vão respeitar as APBs e a Lei que os impede de existir? Ou será que o instinto de sobrevivência os levará a enfrentar os perigos, para sobreviver?

Estão criadas as condições para a existência dos loteamentos clandestinos e invasões, com uma ocupação informal e descontrolada, que resultam em devastação, poluição e tragédias.

A verdade é que, SE CUMPRIREM A LEI, NÃO TEM ESPAÇO PARA OS MENOS FAVORECIDOS.

Se querem prender alguém, têm que ser os que fazem Leis absurdas e desconectadas da realidade.

É necessária uma nova Legislação, fundamentada, justa e sustentável.

Vinicius Nardi, por uma Preservação e Ocupação Justas e Sustentáveis
Luiz Prado disse…
Não concordo com a proposta de silenciar. Ao contra´rio, acho que é ótima hora para mostrar como são capazes até de tentar cafetinar o desespero para ganhar mais uns trocados e adeptos. Por isso coloquei os dois últimos artigos em www.luizprado.com.br.
Ana disse…
As imagens falam por si e de tudo que percebi na tragédia das enchentes, é que a teoria fundamentalista junto com árvores e pedras rolando nas águas caiu.Diante da tragédia com gente prestando ajuda, não vi nenhum ambientalista socorrendo um animal.Bom mesmo é ser livre,poder falar o que quiser, não viver de cabresto para não perder o serviço.
A opinião de Vinícius Nardi é show.Este blog é uma escola para mim.Beijos, deste lado de cá.
Marlon disse…
Achei estranho! Por que não houveram críticas quanto a este post e nos demais foi em avalanche??? (sem trocadilhos).