Monika Bergamaschi, Secretária de Agricultura de São Paulo, fala sobre o Código Florestal

Em entrevista a Revista Globo Rural a Secretária de Agricultura de São Paulo, Monika Bergamischi, falou sobre o Código Florestal. Para Bergamaski o Relatório Rebelo tem o mérito de acabar com a criminallização de produtores de abriram áreas de acordo com a lei e foram empurrados para ilegalidade pelas mudanças na legislação. Veja os trechos da entrevista em que Monika Bergamaschi aborda o tema do Código Florestal:

Globo Rrural: Da maneira como o Código Florestal foi aprovado na Câmara dos Deputados, o que o estado de São Paulo terá de fazer?
Mônika Bergamaschi: São Paulo é de ocupação antiga, com fazendas centenárias. Por esse motivo, acho que o importante desse Código Florestal é que ele resgata o direito do agricultor na linha do tempo. Muita coisa foi feita no campo de acordo com a lei vigente à época, mas depois a lei mudou. No caso das áreas de proteção permanente (APPs), acho que a situação é mais delicada: algumas culturas estão em certas regiões há mais de 100 anos e não entendo que tipo de dano pode acontecer agora, mas há culturas que de fato podem gerar um risco.

Globo Rrural: Existem outros pontos que a senhora destaca no novo Código Florestal?
Mônika Bergamaschi: O Brasil deveria pensar na manutenção da real biodiversidade de parques e florestas, em vez de ficar opondo ambientalistas a ruralistas.Outra coisa importante é que o código prevê que a União e os estados legislarão juntos sobre o território. Isso é ótimo, porque São Paulo conhece melhor seu território. Na Amazônia, vivem 25 milhões de pessoas e quem está lá sabe o que é melhor para aquela área. Se a sociedade quer manter a floresta, deve pagar por serviços ambientais. Outro ponto é que o Código Florestal vale para 38% do território. Outros 4% são cidades, estradas, e 58% são terras indígenas, parques, áreas de preservação, áreas da União, onde está a diversidade. Todo mundo está discutindo os 38%, mas ninguém falou sobre o que vai ser desses 58%. Essa é a discussão importante.

Leia a íntegra na entrevista no site da Revista Globo Rural

Em tempo, Mônika Bergamaschi tocou num ponto muito importante desse debate do Código Florestal. A lei não se aplica sobre áreas públicas. Os brasileiros urbanos não te clareza sobre isso. Esse ponto é especialmente importante no debate internacional sobre o tema. As ONGs faram das mudanças no Código Florestal lá fora como se fosse uma tentativa, um salvo conduto para aumentar a destruição da Amazônia. Isso está longe de ser verdade.

Cerca de 80% da Amazônia é ocupado por áreas públicas sobre as quais do Código Florestal não se aplica. Se todas as proteções previstas no Código Florestal fossem revogadas, o que não é ocaso do Relatório Rebelo, a proteção sobre esses 80% não seria afetada. Esse ponto é largamente esquecido no debate e o fundamentalismo ambiental se aproveita disso para jogar a opinião da urbe e internacional contra mudanças na lei.

O pessoal da agricultura deveria usar mais e melhor esse argumento. Ponto para Bergamaschi que enxergou o argumento.

Comentários