Unidades de Conservação pra quê?

A Agência Estado informou na final da noite de ontem, que cerca de 30 pessoas foram vítimas de um arrastão na Pedra da Gávea, na área da Floresta da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro. Três homens encapuzados e armados abordaram cerca de 20 pessoas que estavam no alto da montanha. Após levar dinheiro, celulares, câmeras e mochilas das pessoas no topo, os bandidos desceram a trilha e assaltaram mais dez pessoas que subiam o ponto turístico.

Um policial civil que estava de folga e subia o ponto turístico para praticar base-jumping, ouviu os gritos das vítimas efetuou alguns disparos o que fez os bandidos fugirem para a mata. Ninguém ficou ferido.

As vítimas foram encaminhadas para a 16ª DP (Barra da Tijuca). De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança do Rio, por ser uma Unidade de Conservação Federal, a Floresta da Tijuca tem a segurança e a administração sob a competência de órgãos ambientais federais.

As ações de policiamento estadual limitam-se ao entorno ou quando acontece um crime, já que, neste caso, o próprio Código Florestal prevê a ação das Polícias Estaduais no interior da unidade de conservação. Os bandidos ainda não foram encontrados.

Em tempo, essa guerra barulhenta em torno do Código Florestal serve para esconder o descaso do Ministério do Meio Ambiente com a preservação em terras públicas. As ONGs não cobram do governo a manutenção das unidades de conservação públicas porque se refastelam no dinheiro das compensações ambientais que deveria ir para as Unidades de Conservação, mas acaba nos orçamentos das ONGs. Para esconder essa farra as ongs botam pilha na guerra do Código Florestal que nada mais é do que a transferência da responsabilidade pública de preservar o meio ambiente para o produtor rural privado.

No fundo as ONGs querem que produtor rural arque com o ônus da preservação ambiental enquanto eles torram o dinheiro das compensações ambientais. Situações como essa na Floresta da Tijuca deveria nos fazer pensar.

A ilustração desse post é a capa do livre do Biólogo sério (a distinção é necessária) John Terborgh. No livro, Terborgh defende sua tese de que a conservação de biodiversidade in situ precisa ser feita em grandes maciços florestais livres da presença do homem. Exatamente o contrário do que faz o Código Florestal com suas reservinhas legais fragmentadas.

Meu exemplar do livro do Terborgh.
Estudar é bom.

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