Ambientalistas do governo temem ação dos deputados na reta final da reforma do Código Florestal. Foto: Elza Fiúza/ABr |
Segundo a Reuters, os ambientalistas do governo veem como "desastrosa" uma eventual rejeição ao texto do Código Florestal enviado por senadores à Câmara dos Deputados. Uma das fontes da agência, que não quis se identificar, disse que se a Câmara "mexer" no texto ao rejeitar algum dos pontos aprovados no Senado, isso poderia "desandar" todo o processo de negociação. Outra fonte afirmou que um eventual retorno à proposta aprovada em maio pelos deputados iria "estourar o dique".
A Ministra Izabella disse hoje, durante coletiva de imprensa convocada para apresentar outra queda no desmatamento do cerrado, pampa e mata atlântica, que está a disposição para "dialogar" com os deputados. "Eu irei à Câmara dialogar com os deputados e vamos obviamente lutar para ter um Código Florestal com segurança jurídica, com ganhos ambientais e com sustentabilidade para a produção agrícola... Agora, é um Código Florestal, não é um código só de agricultura", disse Izabella aos jornalistas presentes.
Em tempo, não sei se o leitor percebeu, mas há duas escatologias ambientais na informação da Reuters: a primeira são ambientalistas dentro do governo, numa pasta do executivo, temendo que o legislativo legisle; a segunda é a Ministra Izabella Teixeira dizendo que um texto que regula o uso do solo em imóveis rurais privados não é um código agrícola.
A Ministra está redondamente enganada. Código Florestal é o Snuc, a Lei 11.284 que trata de Floresta Pública e o arcabouço legal que trata da criação de reservas indígenas e territórios quilombolas. A 4.771, mais conhecida no submundo do crime ambiental pela alcunha de Código Florestal, é uma lei eminentemente agrícola e é aí que está o X da quextão.
Leia o texto da Reuters publicado pelo Estadão: Ministério teme recusa a mudanças em Código Florestal na Câmara
Comentários
E a ministra não age como ministra de estado, mas como zambientalóide.
Algo bastante comum no MMA, que sempre se achou diferente dos outros ministérios. Talvez por pensar em seus próprios interesses muito mais do que nos interesses da nação. Aliás, eles sabem o que é nação?
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