O ambientalista equivocado, ou Porque os verdes não conseguem entender o que está acontecendo

Fabio Feldmann em foto
de Elza Fiúza da ABr
As derrotas acachapantes que os ambientalistas têm levado nas votações democráticas da reforma do Código Florestal na Câmara e no Senado estão deixando os ambientalistas completamente perdidos. Eles acreditavam piamente que o Código Florestal vigente era uma das melhores leis do mundo e, a partir dessa premissa, simplesmente não compreendem o que está acontecendo.

As análises que eles fazem são completamente bisonhas. O barata-tonta da vez é o fundamentalista ambiental, Fábio Feldmann. Segundo Feldmann, a radicalização do discurso dos deputados da frente parlamentar da agropecuária não passa de uma estratégia que consiste em esticar a corda para, no final, manter o texto do Senado. “Estão fazendo um jogo, mas correm riscos. Não acredito que as pretensões da bancada ruralista sejam mantidas se o governo bater o pé. Estão jogando para deixar como está”, diz Feldmann.

Se o interesse da agricultura fosse aprovar o texto do Senado bastava tê-lo aprovado no final do ano passado como queria o governo. Os ambientalistas estão perdidinhos. Estão vendo o castelo de cartas de leis bocós que construíram nos últimos anos à margem das instituições democráticas cair por terra e não conseguem fazer uma leitura sequer próxima do que está acontecendo.

As votações da reforma do Código Florestal foram aprovadas na Câmara e no Senado por ampla maioria com votos de todos o espectro político, do PT ao Dem, do PC do B ao PSDB, do PTB ao PP, de parlamentares urbanos sem nenhuma ligação com o campo, como Romário e Garotinho. Mas os ambientalistas insistem em dizer que foi coisa dos monstros da "bancada ruralista". Tudo bem sofismas como um discurso político, mas os patetas acreditam nos sofismas que constroem, erram nas análises e fazem prognósticos sem pé nem cabeça.

Eles compraram, e pagaram, uma pesquisa de opinião no Datafolha. A pesquisa teve a amostragem completamente viesada. O Datafolha perguntou, por telefone, para gente urbana que entende direito o problema do Código Florestal o que eles achavam da reforma. É mais ou menos como você perguntar para a torcida do Corintians o que eles acham do Palmeiras. É claro que a resposta vai ser viesada. O resultado obvio da pesquisa do Datafolha é que a amostra inquirida é contra a reforma do Código Florestal. Os ambientalistas pegaram esse resultado e saíram por aí dizendo que sociedade é contra a reforma do Código Florestal. Marina Silva diz isso amiúde. É mentira. A pesquisa foi contratada para dar essa aparência. (veja aqui uma análise da pesquisa)

Novamente seria normal que os ambientalistas fizessem essa patacoada como estratégia política, como artimanha para enganar a população. Mas novamente os patetas acreditaram na pesquisa fajuta do Datafolha. O ambientalista radical da ONG ISA, Raul do Vale, perguntou-se certa vez: "como pode 85% dos deputados apoiarem um projeto que é rejeitado por 85% da população?". Eles se amarram nessa frasezinhas de efeito sem efeito.

A pesquisa fajuta do Datafolha enganou mais gente. O cientista político "on the road" (seja lá o que isso signifique), Diego de Freitas Rodrigues, afirmou em seu blog que a pesquisa do Datafolha mostra a baixa "accountability" da reforma do Código Florestal. Accountability é uma palavra americana que se refere ao respaldo social de decisões políticas. Segundo o cientista político a pesquisa do Datafolha evidencia que a reforma do Código Floresta não tem respaldo social. Patacoada. A pesquisa do Datafolha tem um resultado completamente errado. Os verdes têm mania de acreditar nos sofismas que constroem. Apesar do dogma da melhor da lei do mundo, quem não tem "accountability" é o Código Florestal vigente, por isso ele está esboroando.

Faço votos de que a sociedade brasileira e internacional consiga perceber na esteira dessa reforma do Código Florestal o quão equivocados estavam (e estão) os ambientalistas que tocam hoje o barco nas ONGs. Eles estão sendo atropelados porque têm uma leitura errada do mundo. Por consequência as soluções ambientais que eles encontram não solucionam nada e o meio ambiente continua em risco. Foi por isso que eles perdem em Belo Monte, que aceitaram num silêncio asqueroso as térmicas após o apagão, é por isso que eles não conseguem tirar as Unidades de Conservação públicas do papel e por aí vai.

A reforma do Código Florestal é uma evidência de que o ambientalismo ongueiro também precisa de reforma. O marinismo morreu. Alguém precisa enterra-lo.

Comentários

Luiz Prado disse…
Quantos votos teve mesmo o Fabio Feldman nas últimas eleições?
KÁTIA ABREU ABANDONOU OS AGRICULTORES E AGORA ESTÁ ATRÁS DE CARBONO O QUE DÁ A ELA MAIS REPUTAÇÃO:

O objetivo da conferência é destacar o papel das economias emergentes diante do desafio de combater as mudanças climáticas e de reduzir as emissões de dióxido de carbono. De acordo com a Fundação Friedrich Naumann para a Liberdade, os países emergentes têm demonstrado disposição de assumir suas responsabilidades neste cenário. Para a presidente da CNA, o setor agropecuário brasileiro está avançando no debate. “É preciso quebrar paradigmas e abandonar práticas que funcionaram por um tempo, mas que, agora, já não combinam com a nova realidade deste início do século XXI”, afirmou.

http://si.knowtec.com/scripts-si/MostraNoticia?&idnoticia=26375&idcontato=8893765&origem=fiqueatento&nomeCliente=CNA_REGIONAL&data=2012-02-22
Braso disse…
Preciso dizer o que sinto, sou um pequeno agricultor por vocação e tradição familiar que quero trazer de volta, observo na minha região que os agricultores que na sua maioria tem módulos de menos de 25 hetares (90% dados INCRA) não estão nem ai com a votação do código, isso sinaliza uma sapiência popular ou divina, ou é ignorância ou ainda a síndrome do jeca tatu do Monteiro Lobato que esta mais atual do que pensamos.