Corredores ecológicos levaram a febre amarela da Amazônia para São Paulo


Originária de outros Estados brasileiros, a febre amarela silvestre “viajou” por um corredor verde de mata atlântica por meio de mosquitos transmissores e de macacos infectados até chegar a São Paulo. Não há registro de mortes de pessoas na capital paulista pela doença, mas a Prefeitura iniciou campanha de vacinação na zona norte após o encontrar de um macaco bugio vítima dentro do Horto Florestal, na semana passada. No Estado, 16 pessoas morreram vítimas da doença.

De acordo com o coordenador do Programa Municipal de Vigilância e Controle de Arboviroses, Eduardo de Masi, o vírus saiu da Amazônia e foi caminhando pelas regiões de mata fechada, “que são chamamos de corredores ecológicos”. "Então, passou por vários Estados até chegar a Minas Gerais, onde teve grande repercussão devido ao número de casos [mais de 100 mortos]. De lá, veio para São Paulo", diz o coordenador.

O vice-presidente da Sbim, Renato Kfouri, complementa que os estudos dos corredores mostram por onde o vírus foi migrando (região Norte, Centro-Oeste, passando por Minas Gerais, até entrar pelo norte do Estado de São Paulo), e os especialistas conseguem ir monitorando esse caminho “pelos genótipos dos mosquitos e na observação do vírus da febre amarela nos macacos mortos” pelo caminho.



Parques fechados

Até esta segunda-feira (30), 15 parques haviam sido fechados para conter o avanço do vírus, sendo 13 municipais e dois estaduais — Horto Florestal e Parques Estadual da Cantareira —, segundo a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente.

Após o fechamento do Horto Florestal, a prefeitura iniciou campanha de vacinação na zona norte da cidade. Na primeira etapa, devem ser imunizados moradores de um raio de 500m do parque. Na segunda etapa, o alvo será quem vive ao redor de 1 km da área. Na terceira e última etapa, a prefeitura pretender vacinar todos os moradores. Por enquanto, não há previsão para imunizar residentes de outras regiões da capital paulista, a não ser que a pessoa vá viajar áreas de risco para o vírus. Os 20 Estados com áreas de risco podem ser consultadas no site do Ministério da Saúde.

Veja também: O macaco ruralista

Imagem do Pixabay

“Informação publicada é informação pública. Porém, alguém trabalhou e se esforçou para que essa informação chegasse até você. Seja ético. Copiou? Informe e dê link para a fonte.”

Comentários