Apesar do Código Florestal: Mais um recorde de produção e superavit agrícola

Caros, segue abaixo editorial do Estadão sobre a safra agrícola brasileira 09/10. Parte dessa produção foi obtida em cultivos que ocupam área que deveriam ter sido deixadas como Reserva Legal. Exigir o código florestal como ele é hoje implicará em abrir mão de parte dessa produção para plantar florestas por engenharia.

Produzir e preservar podem não ser incompatíveis, mas nossa "lei mais avançada do mundo" cria essa incompatibilidade.

Leia o editorial:

A Contribuição da Agricultura

Mais uma safra recorde de grãos e oleaginosas está sendo obtida no Brasil, neste ano, segundo as novas estimativas. A produção de algodão, arroz, feijão, milho, soja, trigo e outros produtos anuais de menor volume é agora calculada em 147,1 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Um número pouco menor e também recorde - 146,4 milhões - é indicado pelo IBGE. As lavouras da temporada 2009-2010 estão quase todas colhidas e em breve os produtores começarão a cuidar do plantio das culturas de verão.


O bom desempenho da agricultura neste ano, especialmente das produções de milho e soja, estimulou as compras de máquinas e equipamentos para o campo e também os empresários da indústria mecânica têm motivos para festejar.

No mercado interno, foram vendidas no atacado, entre janeiro e julho, 41,4 mil unidades de tratores, colheitadeiras e outras máquinas agrícolas automotrizes. Essas vendas foram 48,6% maiores que as de igual período de 2008 e 2009 e indicam a disposição dos produtores de continuar reforçando tecnicamente o setor agrícola - uma reação normal quando a produção vai bem.

Mais uma vez os ganhos de produtividade, garantidos pelo tempo favorável e pelo uso de tecnologia, permitiram aumentar o volume colhido sem ampliar a área cultivada. Segundo a nova estimativa da Conab, a área usada na safra 2009-2010 - 47,3 milhões de hectares - foi 0,7% menor que a do ano agrícola anterior.

Nas últimas duas décadas, o aumento da eficiência possibilitou grandes aumentos de produção com pouca expansão das terras ocupadas pelas lavouras de grãos e oleaginosas. Esses dados contrastam fortemente com a imagem frequentemente difundida de uma ocupação desenfreada de terras para o cultivo de produtos exportáveis. Mas esses ganhos de produtividade com certeza incomodam concorrentes, especialmente nos EUA e na Europa.

A produção foi suficiente para garantir o abastecimento interno e para a sustentação de grandes vendas ao exterior.

De janeiro a junho o agronegócio exportou produtos no valor de US$ 35 bilhões e o superávit comercial do setor chegou a US$ 28,9 bilhões. Foi 7% maior que o do primeiro semestre do ano anterior, em contraste com o minguante saldo total do comércio exterior brasileiro. Mais que nos anos anteriores, o saldo geral das transações comerciais foi sustentado pelas exportações de alimentos e matérias-primas originárias do campo.

Leia a íntegra do editorial no Estadão

Comentários

Luiz Prado disse…
Esse exercício do direito de espernear ambientalóide (ambientalista debilóide) faz-me lembrar de anos da minha infância em que faltava feijão (as autoridades falavam em desabastecimento) e a minha mãe mandava os filhos fazerem fila na porta dos super-mercados porque cada comprador só tinha direito a um ou dois quilos de feijão. Esse é um "detalhe" da história da produção rural brasileira que foi esquecido, o esquecimento sendo marca registrada do Brasil. Se deixar por conta dos ambientalóides, importaremos feijão da China!