Código Florestal e CNBB: Ah, se o Papa soubesse!!

Bispos do Brasil, envolvem igreja católica em assuntos
políticos contra diretrizes da Santa Sé.
Foto: Wilson Dias/ABr
Bento XVI lançou o segundo volume de sua obra sobre a vida de Jesus no ano passado (clique e leia o livro que os bispos não leram). No livro o papa afirma que o Cristo não era um "revolucionário". Lançado em 24 idiomas o livro Jesus de Nazaré, da Entrada em Jerusalém até a Ressurreição, o sumo pontífice afirma que, na época em que Jesus viveu, não havia separação entre política e religião, e que teria sido o próprio Jesus que estabeleceu a distância entre as duas coisas.

"Naquela época as dimensões política e a religiosa eram absolutamente inseparáveis", disse Bento XVI. "Jesus, com sua mensagem e modo de agir, inaugurou um reino não político do Messias e começou a separar uma coisa da outra." Dividido em 9 capítulos, o livro é a continuação do que Bento XVI escreveu em 2007, Jesus de Nazaré, e fala sobre a trajetória de Cristo desde a sua entrada em Jerusalém até sua morte e Ressurreição.

O papa afirma que a imagem de Jesus como revolucionário teve relevância na década de 1960, quando autores interpretaram a passagem da purificação do Templo como um ato de violência política. O fato de Jesus ter sido preso e justiçado seria outra prova de que foi um revolucionário, na visão de autores naquela década. "Esta tese provocou uma onda de teologias políticas e de teologias da revolução", escreve o papa, sem citar explicitamente movimentos como a Teologia da Libertação.

Na década de sessenta, na esteira da guerra fria, a igreja católica foi infestada de padres marxistas que confundiram o pastoreio das almas com a luta pelo comunismo. Essa politização da beócil da igreja afastou fiéis. Eu mesmo sou um exemplo vivo desse afastamento. Filho de família católica devota fui afastado das missas de domingo por meus pais, que se recusavam a ir à missa ouvir pregações políticas. Talvez não por acaso a igreja católica tenha assistido no último meio século a ascenção das igrejas evangélicas.

Bento XVI sempre lutou contra isso na igreja católica. Esteve pessoalmente envolvido no julgamento do Frei Leonardo Boff, um dos pais da teologia da libertação e importante teórico desse movimento político da igreja. Desde os últimos anos de Papa João Paulo II e todas as diretrizes do atual sumo pontífice apontam no sentido da SEPARAÇÃO da igreja católica de pregações políticas mundanas.

E o que fazem os bispos do Brasil em relação a isso? Alinham-se com o Papa?

Qual nada. Os bispos do Brasil, à revelia das diretrizes do Vaticano, acabam de alinhar a igreja católica às ONGs internacionais. Ignorando minúcias do tema, os bispos brasileiros foram instados a colocar a igreja contra pequenos agricultores e a favor dos interesses internacionais.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) acaba de se aliar, por nota oficial, as ONGs. Os bispos criticam dois pontos da proposta: a mudança nas regras para as APPs e a chamada anistia aos desmatamentos antigos.

Reparem a ironia. A mudanças nas regras das APP foi posta no relatório justamente para proteger os pequenos agricultores da inviabilização. Pois os bispos políticos agora põem a igreja contra a pequena agricultura.

O outro ponto, a tal anistia, é uma evidência do despreparo dos bispos para esse debate. "Anistiar é um problema. Não é possível que todo esse desmatamento seja esquecido", afirmou dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB e bispo prelado de São Félix do Araguaia). Gostaria de saber se esse beócio se refere também ao desmatamento feito pelos portugueses para erguer a cruz da primeira missa do Brasil celebrada pelo frei Henrique Soares de Coimbra em 26 de abril de 1500. Gostaria de saber se esse bispo imbecil quer que criminalizemos também a primeira missa.

O secretário-geral da CNBB, que agora tenta influenciar o jogo político se aliando às ONGs internacionais à revelia do Papa, criticou o fato de a votação no Legislativo brasileiro ter sido influenciada pelo "jogo político". O curioso é que os bispos iniciam a nota citando a Bíblia justamente em ponto que os ambientalsits odeiam. Só os bispos são marotos. Eles citaram Genesis 1:29 que diz: “Eis que vos dou toda a terra, todas as plantas que dão semente e todas as árvores que produzem seu fruto com sua semente, para vos servirem de alimento”. Ocorre que bispos ambientalistas pularam Genesis 1:28 onde Deus diz a Adão e Eva: "Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.". Os verdes detestam essa passagem bíblica porque ele os põe contra Deus.

Outra coisa curiosa da nota, os crédulos bispos dizem que o Conselho da CNBB reunido em Brasília "tomou conhecimento do atual estágio da discussão do Código Florestal". Eu gostaria de saber por meio de quem os religiosos foram informados sobre o assunto. Será que foi uma fonte isenta? Será que a fonte de informação dos bispos disse a eles que a lei vigente prejudica os pequenos agricultores? Será que a fonte contou aos bispos quanos milhares de assentados da reforma agrária, depois de conseguir um naco de terra do governo, perdeu uma parte disso para os ambientalsitas? Eu duvido.

Será que o informante, que "deu conhecimento" aos bispos políticos brasileiros contou a eles casos como o da Dona Francisca:
Será que os informante ambientalista dos bispos políticos brasileiros que se rebelam contra as diretrizes da Santa Sé, contou a eles a opinião do seu Vilson Silvestre:
Será que o informante dos bispos contou a eles o que os ambientalistas vêm fazendo na Amazônia em nome da preservação da florestal sem alma:
Alguém devia avisar o Papa da pataquada que esse bando de bispos está fazendo por aqui escondidos dos olhos da Santa Sé.

Em tempo, se eu fosse político em Brasília, articularia uma nota dos evangélicos mostrando uma postura isenta e ressaltando a importância do Congresso Brasileiro decidir legitimamente por uma lei que proteja o meio ambiente, mas que não destrua a agricultura. Alguém faça isso antes que Marina Silva o faça. Ela não está, como nós deitada em berço esplêndido. Que os evangélicos tirem de uma vez os fiéis da igreja católica. Ela não os merece.

Segue abaixo um link para a nota da CNBB sobre o Código Florestal. A partir de hoje nunca mais ponho meus pés numa igreja política e convido meus leitores a também fazê-lo. Minha alma precisa de conforto, mas das coisas mundanas cuido eu e sei que Ele estará ao meu lado. A igreja e seus sacerdotes políticos que se danem.

Comentários

muito bom seu texto, vou compartilhar!!!
muito bom seu texto, vou compartilhar!!!!
Anônimo disse…
Muiiiiito Bommm!!!!
Flávia e Wagner disse…
Ciro,

então o Papa desconhece o CIMI - Conselho Indigenista Missionário? Desconhece o conteúdo do tema "Fraternidade e a Vida no Planeta"?
No meu entendimento não passa de interferência política e técnica da igreja onde os padres (assessores políticos e especialistas em meio ambiente), em seus sermões, associam as atividades vulcânicas, o degelo na Groenlandia, os tsunamis no Japão, os deslizamentos no Rio e em Santa Catarina à emissão de CO2 e ao desmatamento e falam em proteção total da Amazonia.
O tempo passou, mas pouca coisa mudou e ainda vemos a espada e a cruz de mãos dadas com os mesmos interesses: Prata/ouro/açucar no passado ou nióbio/tântalo/ouro/uranio/tório/titânio no século 21.
A América Latina não suporta outros 500 anos de solidão e exploração.

Wagner Salles