O jogo duplo de Blairo Maggi

Nos primeiros anos 2000, quando o desmatamento na Amazônia atingiu níveis alarmantes, os fundamentalistas de 1/2 ambiente elegeram o então governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, como inimigo número um. O Greenpeace deu a ele o prêmio MotoSerra de Ouro e o jornal The Independent o chamou de estuprador de florestas.

Maggi começou então uma mudança de estratégia para reverter a forma como os verdes o vêem. Ele tem apoio incondicional dos produtores rurais do Mato Grosso. Ele mesmo é um deles. Não importa o que Maggi diga os produtores sempre o apoiaram. Fiado nisso Maggi passou a esverdear seu discurso tentando uma aproximação com as ONGs.

Hoje a folha publicou uma entrevista de Maggi feita pelo jornalista parcial, Claudio Angelo. Na entrevista Maggi diz que o texto do Código Florestal aprovado pela Câmara concede "anistia ampla, geral e irrestrita" a desmatadores e precisa ser alterado pelo Senado. Segundo ele, "Essa medida diz que quem fez, fez, quem não fez não precisa fazer mais nada. Não dá para você fazer uma lei desse jeito", disse Maggi à Folha.

Maggi, que é Paranaense de São Miguel do Iguaçu, tentou ligar o repique recente do desmatamento em Mato Grosso à expectativa dos produtores em relação a mudanças na lei florestal, e culpou forasteiros. "São pessoas que fizeram que não moram no Mato Grosso, são agricultores do Paraná que têm terras lá e não vivem o mesmo ambiente nosso."

Blairo Maggi está dando argumentos às ONGs apenas para se pintar de verde. Está mais preocupado com sua prória imagem do que com o setor que representa. Vários ambientalistas no twitter estão usando a entrevista de Maggi contra o Relatório de Aldo Rebelo. Atenção produtores rurais.

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