ONGs planejam doutrinação em massa de militontos

Desde fevereiro, um bando de fundamentalistas ambientalistas se prepara para criar a primeira escola online de ativismo ambiental de que se tem notícia, sob coordenação geral de Marcelo Marquesini, ex-integrante do Greenpeace. A escola deverá criar militantes, ou militontos, em massa para engrossar as campanhas das ONGs na internet. Um curso básico já foi formulado e será ministrado, a princípio, em São Paulo, Brasília e Manaus. Além das aulas pela internet, haverá também imersões presenciais de uma semana. A escola já conta com apoio de outras 13 entidades além do Greenpeace. "Nossos pilares são a cultura de paz e a sustentabilidade", viaja Marquesini.


O Greenpeace tem vasta experiência em se aproveitar da mobilização fácil via internet. A organização tem site, blog e contas no Facebook, no YouTube, no Flickr, e no Twitter. "Além disso, usamos ferramentas de transmissão ao vivo de eventos e protestos", acrescenta Eduardo Santaela, coordenador de assuntos de internet da organização. Santaela exemplifica: "Lançamos petições por e-mail, incentivamos nossos seguidores a enviarem mensagens de protesto e pedimos que o nosso conteúdo seja compartilhado", resume. Outra estratégia é apresentar suas campanhas antes em reuniões de doutrinação para formadores de opinião - em geral, blogueiros. A entidade também incentiva debates em sites públicos e privados.
As ONGs planejam tirar proveito do militontismo fácil da internet em que estudantes se engajam na luta contra a hidroelétrica de Belo Monte dando um clique em um computador que funciona com a energia hidroelétrica de Tucuruí. Durante os debates do Código Florestal, Madre Marina de Xapurí saiu por aí dizendo que o povo brasileiro era contra as mudanças na lei fundamentando a afirmação no militontismo virtual no twitter. Balela de Marina. “Produtor rural não tem twitter”, respondeu Aldo Rebelo. Manifestações virtuais não reproduzem a opinião geral da sociedade. Reproduzem a opinião daquela fração da sociedade que tem acesso e tempo para gastar na internet. Não se pode confundir atropelado no meio da rua com ator pelado de bunda pra lua. Grande parte dessas mobilizações virtuais são apenas isso, virtuais. Campanhas contra Belo Monte e contra o Código Florestal que conseguiram milhares de adesões no twitter em alguns minutos resultaram numa reunião de 9 pessoas em São Paulo e 20 no Rio de Janeiro.
Há um movimento claro do fundamentalismo ambiental de confundir esse militontismo virtual com a vontade geral da sociedade e a razão é uma só, o fundamentalismo verde não tem amparo real na sociedade. Nas ruas as pessoas estão mais preocupadas com o preço do feijão do que com o desmatamento na Amazônia, mas as ONGs precisam construir uma outra imagem mais favorável aos seus interesses.
O nome da escola de atoismo virtual ainda não foi definido, assim como a data exata do lançamento, que deve acontecer nos próximos dias. O primeiro curso de doutrinação deve ocorrer a partir de 22 de agosto.
Em tempo, no fundo é bom que os fundamentalista acostumem seus militontos com a facilidade do ativismo via rede. Isso os afastará da chatice de ter que ir as ruas pegar sol, chuva e repressão pública. Sugiro que os produtores rurais tomem o caminho inverso, esqueçam o militontismo virtual e invistam no engajamento real, físico. Manifestações reais estrategicamente pensadas podem ter mais valor político do que engajamentos virtuais de brinquedo.


Não consegui parar de pensar na música Another Brick in the Wall do Pink Floyd enquanto escrevia esse post:

Comentários

Luiz Prado disse…
Será que eles vão fazer isso com o dinheiro dos "fundos sócio-ambientais" que transborda dos cofres dos órgãoa ambientais sem qualquer transparência ou com dinheiro vindo de fora? Ou com ambos? Eles são uma espécie de DNIT do fim dos tempos!