O golpe de Sarney Filho ou o rugido da catita

Sarneyzinho levou toda a bancada do PV para uma audiência com a presidente Dilma Rousseff. A imensa bancada foi, confortável, num Fusquinha 66 (se somarmos todos os votos da bancada do PV na Câmara não dá um Tiririca). Mini Sarney saiu do encontro pigarreando para falar grosso. Disse que o gigantesco PV não sente necessidade de aderir à base do governo federal. A reforma do Código Florestal foi um dos assuntos discutidos no encontro.

Mas como Sarneyzinho não poderia negar o sangue dos Sarney, saiu do encontro mentindo aos jornalistas. Disse Mini Sarney: "Viemos mais uma vez agradecer, nos solidarizar, com a postura dela (a Presidenta) na reforma do Código Florestal na Câmara. Pedir a ela que continuasse o seu empenho para que o Senado corrigisse as distorções, os equívocos e os retrocessos que foram cometidos na votação do projeto de lei". Perceberam a malandragem do filhote de Sarney?

Sarneyzinho insinuou aos jornalistas que a aprovação do Código Florestal deu-se a revelia do Planalto. É mentira. O texto do deputado Aldo Rebelo foi negociado com o Planalto, tinha o aval dos Ministros do Meio Ambiente, da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, recebeu encaminhamento favorável do líder do Governo, Cândido Vaccareza. Os 410 votos pela aprovação do texto foram votos do governo. Não há divergência do governo com o texto de Aldo Rebelo. A divergência o governo se limita a emenda 164 apresentada pelo PMDB.

Mini Sarney e os fundamentalistas de meio ambiente estão fazendo um esforço para distanciar o governo o texto do Aldo para depois pressionar o Presidenta Dilma para que vete o texto. Seria insensato supor que o governo vete um texto do governo, então os verdes querem fazer parecer que o texto não é do governo. E sabem por que eles fazem isso?

Eles fazem porque funciona. Depois da declaração mentirosa o PV na saída o encontro com a presidente Dilma o repórter Rafael Moraes Moura, da Agência Estado, publicou o seguinte texto: PV não precisa aderir ao governo Dilma, diz deputado. No texto o jornalista faz a seguinte afirmação:"Os sinais de aproximação entre os dois lados já vinham aparecendo, a exemplo da votação do Código Florestal na Câmara, quando a presidente Dilma e o PV tiveram posições muito próximas nesse assunto." Percebem? O jornalista divulgou a mentira do Sarneyzinho como se fosse um fato. Os verdes usam e abusam da confiança que um certo jornalismo crédulo e incompetente, que ignora os temas sobre os quais escreve, deposita naqueles que defendem "o bem".

Essa crise sobre o Código Florestal expõe também um crise sobre a cobertura jornalista dos temas ambientais. Nos últimos 20 anos os jornais repetiram a afirmação dos verdes de que o Brasil tem "uma das melhores leis ambientais do mundo". Hoje se sabe que a lei precisa de reforma. Todos concordam com isso, o governos, os produtores, os jornais até os verdes. Esse reforma é necessária porque a lei era ruim, mas os jornalistas ajudaram a esconder essa necessidade porque repetiram sem checar a máxima mentirosa plantada pelo movimento ambiental.

Por que nenhum jornal percebeu antes a necessidade, hoje evidente, de reforma do Código Florestal? Eles não perceberam porque a cobertura do tema é falha, é desimportante, é tendenciosa, é feita por militantes do movimento ambiental. Nossos grandes jornais, Estadão, Folha, O Globo, não tem nenhuma credibilidade para tratar de temas ligados ao meio ambiente. Eles se tornaram cegos aos problemas reais. Eles ignaram gente como Dona Almerita Francisca, como Dona Francisca Borges, eles não viram o que o governo fez em Tailândia, no Pará, em nome da preservação desumana de 1/2 ambiente, eles se tornaram cegos para as consequência da estratégia de preservação da Amazônia a qualquer custo. Não é apenas o Código Florestal que precisa de reforma. A cobertura de meio ambiente dos jornais também.

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