Eureka, eureka! Impostura jornalística da urbe sobre o Código Florestal tem nome: Jornalismo Provinciano

Abaixo vão trechos da reportagem O Brasil não conhece o Brasil publicada no site do Observatório da Imprensa. O site que se pretende ser uma espécie de autocrítica da mídia nacional, faz uma crítica ao que chama de "jornalismo provinciano" a partir do qual a urbe do sul trata o resto do país.

Segundo o texto a definição de jornalismo provinciano é: "aquele que, embora produzido a partir de um ambiente cosmopolita, enxerga apenas uma fração do objeto analisado, reforçando idéias preconcebidas."

É exatamente o que a imprensa em geral faz quando aborda o tema da reforma do Código Florestal. Aprendi uma coisa nova hoje: as imposturas que os "jornalistas" da grande imprensa fazem sobre o tema do Código Florestal têm nome, provincianismo.

Veja abaixo trechos do texto do Observatório da Imprensa. Tente substituir o exemplo da cobertura do shopping no Acre pela cobertura do Código Florestal e perceba como a crítica encaixa perfeitamente.

O Brasil não conhece o Brasil

Na semana passada, o portal G1, do grupo Globo, enviou a Rio Branco, no Acre, uma repórter para documentar o que seus editores consideravam uma curiosidade digna de suas telas: a inauguração do primeiro grande shopping center da cidade (ver http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2011/12/primeiro-shopping-muda-habitos-da-populacao-do-acre.html).

A jovem cumpriu a encomenda com disciplina: o texto, intitulado “Primeiro shoping muda hábitos da população do Acre” é um primor de jornalismo provinciano: aquele que, embora produzido a partir de um ambiente cosmopolita, enxerga apenas uma fração do objeto analisado, reforçando idéias preconcebidas.

A jornalista tomou um taxi no Hotel Terra Verde, se deslocou até o centro de compras, onde realizou as entrevistas, depois conversou com lojistas da cidade, escreveu sua reportagem e passou horas no saguão do hotel lendo os comentários dos leitores.

A reportagem deu curso a uma sucessão de manifestações preconceituosas contra as populações do norte e do nordeste do país, revelando que o brasileiro não conhece o Brasil.

O texto da jornalista, correto do ponto de vista da pauta que lhe foi encomendada, revela, porém, certos vícios do jornalismo brasileiro contemporâneo: a ênfase no aspecto comercial, a obsessão por infográficos e estatísticas e nenhuma sensibilidade para contextos sociais e culturais envolvidos com o tema.

Observatório na TV

A falta de conhecimento sobre o que acontece ao norte de Minas Gerais é uma antiga falha da chamada grande imprensa brasileira.

Por consequência, cidadãos do sul-sudeste seguem ignorando muito da riqueza cultural de sua terra.

Quando chega à pauta da mídia de circulação nacional, a notícia ainda vem carregada de preconceitos.

O cidadão comum das grandes capitais, cliente da imprensa tradicional, fica, dessa forma, impossibilitado de participar da formulação de uma idéia de país, e, consequentemente, de formar opinião sobre planos de governo e propostas de políticas públicas.

Veja o texto o Observatório da Imprensa na íntegra: O Brasil não conhece o Brasil

Em tempo, esse debate sobre a reforma do Código Florestal evidencia não apenas uma necessidade de reforma do Código Florestal, mas também a necessidade de se rever essa forma provinciana a partir da qual a urbe trata os temas não urbanos.

Comentários

Braso disse…
Sem querer ser mais real que o Rei, é só deixar o planejamento agrícola e reforma do codigo florestal por conta dos "caipiras"do Iapoque ao Chui" que as coisas saem corretamente para todos e sem complicações, pois cada "caipira"de cada canto desse pais, conhece seus problemas e suas soluções, urbanoides engravatados em Brasilia só sabem roubar e sugar o dinheiro do povo, honestos!!!! só uma minoria que contamos na palma da mão.