Governo não prorrogará decreto. Código Florestal será sancionado em 2011

Governo enquadrou os líderes da base aliada na Câmara. Código Florestal deve ser votado e sancionado pela presidente Dilma na semana que antecede o Natal.

Ontem o líder o Governo na Câmara, deputado Cândido Vagareza, e o Presidente da Câmara, deputado Marco Maia, ambos do PT, chegaram a anunciar que o Código Florestal não seria votado este ano por falta de tempo. O Planalto enquadrou os dois e os demais líderes de base do governo. Hoje à tarde, tanto Vagareza, quanto Maia, anunciaram a votação do texto pelo plenário da Câmara na última semana antes do recesso parlamentar, provavelmente no dia 21.

O decreto que criminaliza dos produtores rurais que entrará em vigor no final de semana não será prorrogado. A presidente Dilma não quer o desgaste de ter que prorrogar o decreto pela 5ª vez e determinou que o Ministério do ½ Ambiente se vire para resolver o problema que ele mesmo criou. O M½A está instruindo os fiscais do Ibama a não cumprir a lei no período entre o dia 11 de dezembro, quando o decreto entra em vigor, e o dia da sanção do Novo Código Florestal que deve ocorrer na véspera de Natal.

Na segunda feira o M½A colocará no ar um software, provavelmente o mesmo usado para fazer o Cadastro Ambiental Rural (CAR) do Pará e do Mato Grosso. A manobra do M½A é um jogo de cena que tenda passar a ideia de que o Ministério não deixará nenhum produtor rural ser multado.

Os fiscais do Ibama estão sendo instruídos a apenas notificar os produtores rurais que não têm Reserva Legal averbada a dar entrada no Programa Mais Ambiente. Acontece que o Mais Ambiente é ficção científica, não existe, não tem procedimentos, ninguém sabe como acessar e não há como fazer funcionar em massa da noite para o dia. Por isso o M½A tirou da cartola o software testado às pressas ontem como informou o Estadão.

Os produtores rurais serão então notificados a dar entrada no Mais Ambiente batando para isso acessar o software do M½A e carregar nele as informações necessárias. Isso suspenderá o caráter de crime ambiental do produtor que não tenha RL averbada e dará ao M½A condições precárias de não tratar os produtores rurais do país como criminosos sem que a presidenta Dilma seja obrigada a prorrogar o decreto da lei de crimes ambientais.

Só falta combinar com o Ministério Público e amarrar direitinho os cães xiitas do Ibama.

Comentários

Ana disse…
Enquanto o produtor é perseguido, já no antigo código como suposto bandido, agora no novo, como bandido declarado em lei,tendo em vista satélites que vão monitorar seu trabalho em campo,roubando-lhe a privacidade dentro de uma liberdade cativa, enquanto que nem nos presídios os piores bandidos são rigorosamente fiscalizados, tanto que é da cadeia que saem os mais mirabolantes planos de comando,o produtor perde parte de suas terras sem deixar de ser responsável por elas.Um código construído com autoritarismo, apresenta pontos vexatórios e degradantes contra o produtor brasileiro, dificilmente conseguirá sanar conflitos. Em meio a problemática que envolve o uso da propriedade particular, um bispo importa índios. Vejam suas razões no artigo a seguir:
fonte: GPS do Agronegócio
Coluna Claudio Humberto, 29/11/2011

Bispo ‘importa’ índios
Em ação incentivada pelo bispo Dom Aldo Mogiano, índios de diversos países sul-americanos estão sendo levados para a reserva Raposa/Serra do Sol para fazer número e dar ideia de "ocupação".
A região que já foi grande produtora de arroz foi transformada em nova fronteira de fome, desemprego e alcoolismo, depois que os agricultores foram expulsos por decisão do Supremo Tribunal Federal.
Índios estrangeiros sempre foram levados a ocupar áreas reivindicadas para demarcação, mas eles eram arregimentados apenas na Guiana.
O referido bispo criou no passado uma "Aldeia da Demarcação". Os índios importados se articulam em novas "nações independentes".
Protegidos pela Funai, índios estrangeiros usufruem de assistência de dentistas, médicos, remédios e até avião para emergências médicas.

Fonte: Coluna Claudio Humberto, 29/11/2011
Ainda bem que a Presidenta é a Dilma.

Se fosse o José Serra este Novo Código Florestal - NCF não seria aprovado.

Não que este NCF seja o que devia ser, mas pelo menos corrige alguns absurdos como a retroatividade e algumas das irracionalidades, resolvendo uma parte do problema.

Pode ser que isto é o que era possível neste momento.

A Ana tem razão no seu comentário.

O NCF continua jogando sobre os rurais o ônus da Preservação que é necessária para compensar o consumismo irresponsável dos urbanos.

Os produtos e serviços continuam sem incorporar no seu preço o impacto ambiental que causam. Prova disto é o fato absurdo de que os produtos orgânicos custam mais caro do que os que usam agrotóxicos por que estes não pagam pelo impacto ambiental que causam.

Continua absurda a obrigação de manter RLs particulares (80% é absurdamente absurdo...) e APPs sem o justo pagamento pelos serviços ambientais, assim como impor limites únicos e arbitrários para as APPs, quando deveria apenas estabelecer qual é a função ambiental de cada tipo de APP e aceitar usos e ocupações com técnicas que preservassem as funções ambientais.

Vai quebrar o galho por pouco tempo.

Vai continuar dando problema no futuro.

É bom já começar a elaborar um outro Código que realmente seja justo, racional, sustentável e eficiente.