A aliança improvável |
Marina Silva fez campanha para que a Comissão Especial da Câmara dos deputados rejeitasse o texto de reforma do Código Florestal. Na votação, Marina perdeu por 13 a 5. Quando o texto foi votado no Plenário da Câmara, Marina também fez campanha para que o texto fosse rejeitado, chegou a se fazer presente na seção tentando intimidar os deputados com sua aura. No voto, perdeu por 410 a 63. Na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Marina fez campanha contra a aprovação do texto. Perdeu por 17 a 5. Marina também fez campanha contra a aprovação do novo Código Florestal na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado. Perdeu por 12 votos contra 1. Na Comissão de Agricultura perdeu por unanimidade. Marina intensificou a campanha contra a reforma do Código Florestal quando a Comissão de Meio Ambiente do Senado apreciou a matéria. Eu estava lá e vi Marina ser derrotada por 16 votos a 1. Marina chegou a procurar o Presidente do Senado, José Sarney, tentando fazer com que o texto fosse derrotado no plenário daquela casa. Perdeu novamente por 59 a 7.
Agora Marina Silva está empenhada, com ajuda dos departamentos de marketing e internet de todas as grandes ONGs internacioais, em uma campanha para que a Presidente Dilma Rousseff vete a reforma do Código Florestal. Tudo indica que perderá por 1 a zero.
Do outro lado do espectro político está Ronaldo Caiado. Quando Fernando Henrique Cardoso publicou a Medida Provisória que alterou o Código Florestal em 1996, Caiado era da base aliada ao governo, do mesmo partido do Vice Presidente da república, o PFL. O ministro do meio ambiente era do PFL. Caiado não pode fazer nada contra o Código Florestal do Fernandão. Anos depois o Congresso criou uma Comissão de Mista de Deputados e Senadores para reformar o Código Florestal. A Comissão era presidida pelo Senador Jonas Pinheiro, já falecido e relatada pelo Deputado Moacir Micheleto. Caiado era o líder da Bancada da Agropecuária. Foram todos derrotados pelo fundamentalismo ambiental ante uma incapacidade quase congênita de argumentação e insensibilidade total para os novos desafios ambientais. Foi necessário que Aldo Rebelo, um deputado comunista deixasse seu mundo para fazer o que Caiado nunca foi capaz, unir os produtores rurais e derrotar o radicalismo ambiental das ONGs e de Marina Silva.
Insatisfeitos com o resultado da atual reforma do Código Florestal, Ronaldo Caiado e Marina Silva, quem diria, estão juntos criando obstáculos à tramitação da matéria. Caiado se recusa a fazer qualquer concessão ao meio ambiente e Marina Silva se recusa a fazer qualquer concessão à agricultura. São idênticos em seu fundamentalismo.
O texto do Código Florestal não agrada ninguém. Talvez o grande mérito dessa reforma tenha sido mostrar que Caiado e Marina são só duas faces da mesma moeda podre.
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