A estratégia de Marina Silva

Dizem que o Diabo mora nos detalhes. Marina Silva esteve no Pará nesse final de semana. O fato é que Marina fazer campanha para Ursula Vidal, que disputa a prefeitura de Belém pelo partido criado por Marina para disputar a presidência da República, a Teia, ou Rede, como preferem os ecolatras. O detalhe foi a estratégia para 2018 que esteve na ponta da língua bífida de Marina Silva: “É possível discutir propostas fora da polarização PT/PSDB”, disse ela. Entenderam? Marina vai disputar 2018 dizendo que é alternativa ao PT, que ajudou a fundar, e ao PSDB, que apoiou em 2014.

De acordo com a Madre Teresa de Xapuri, “a polarização que hoje temos no País tem uma perspectiva destrutiva da política e nós queremos mostrar que queremos construir”, disse ela no calor escaldante de Belém antes da chuva. Vem aí a Marina Nem-Nem. Nem PT, nem PSDB. Na verdade vem aí a Marina Nem-Nem-Nem-Nem: Nem PT, Nem PV, Nem PSB, Nem PSDB.

Para quem não se lembra, Marina deixou o PT para disputar a presidência pelo PV em 2010. Derrotada, tentou grilar a legenda tomando-a de seus donos históricos, José Luiz Penna e Sarney Filho, mas foi derrotada na disputa interna e teve que deixar o PV. Tentou então fundar um novo partido só seu, a Teia, mas a legenda não ficou pronta a tempo e Marina teve de pular para o PSB, pelo qual disputou as eleições de 2014 depois da morte de Eduardo Campos em um estranho acidente. Depois de ficar em 3º lugar na disputa, Marina decidiu apoiar o PSDB. Derrotada junto com Aécio, Marina deixou PSB e assumiu o controle do seu próprio partido, a Teia.

Apesar da claro desejo de assumir a Presidência da República, quando pergunta em Belém se disputaria o pleito em 2018, Marina disse: “Eu não sei”. Provavelmente mentiu.

A ex-senadora Heloísa Helena, outra esquerdopata egressa do PT, esteve sempre ao lado de Marina no evento em Belém. É como dizem, o Diabo mora nos detalhes.

Foto: Tomaz Silva/ Agência Brasil



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