Bomba relógio: Se ajuste fiscal ficar para 2017, custo aumentará em R$ 21 bilhões

Quanto mais o governo demorar para fazer o ajuste fiscal maior será a conta a ser paga nós, por empresas e trabalhadores, e os cortes que terão de ser feitos em serviços públicos como educação e saúde. É o que aponta um estudo feito pelos economistas Rubens Penha Cysne, professor da Escola Brasileira de Economia e Finanças da FGV-Rio, e Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), que mede o custo do atraso do ajuste via aumento da carga tributária ou redução de gastos públicos. Os dados foram antecipados pelo jornal O GLOBO.

Segundo o levantamento, se o governo terminar este ano sem implementar o ajuste, o esforço fiscal adicional para implantá-lo no primeiro trimestre de 2017 seria de 0,35% do Produto Interno Bruto (PIB), ou R$ 21,06 bilhões, em relação ao que teria sido necessário em junho de 2016, ponto de partida do estudo. Se o ajuste ficar só para o fim do ano que vem, esse esforço adicional dobraria para 0,71% do PIB, ou R$ 42,72 bilhões.

Isso significa que o governo teria de cortar ainda mais os gastos, ou elevar ainda mais a carga tributária em relação ao que seria necessário um ano e meio antes, para estancar o aumento da dívida pública. Esse custo só cresce desde o final de 2013 quando ficaram evidentes as disfunções das medidas anticíclicas tomadas pelo Governo do PT. Dilma escolheu não fazer o ajuste para se reeleger, depois veio o impeachment e agora as eleições municipais.

"Quanto mais demorar para implantar o ajuste, mais cara ficará essa conta. Se o governo tivesse feito o ajuste em junho, este se daria em um determinado nível de aumento de impostos ou redução de gastos. Se fizer um trimestre depois, ele precisa ser majorado ainda mais. E assim sucessivamente. Se o governo não resolve, a dívida pública aumenta, o juro vai aumentando, e você terá de pagar mais impostos para pagar esse juro", explicou resume Cysne ao O Globo.

O Blog do Código Florestal faz uma digressão em sua pauta normal para realçar o beira do abismo em que estamos pululando.

Não reconheço ninguém, nenhum líder, capaz de tomar as rédeas dessa besta e domá-la a carreira. Temos uma crise econômica, temos uma crise política, mas temos também um crise cívica e outra de liderança.

A saída dessa crise não cairá do céu.

Valter Campanato/Agência Brasil

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