Mais de 40% da soja produzida no Brasil é consumida no mercado interno

De acordo com os números da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) cerca de 42% da soja produzida no Brasil na safra 2015/2016 deve ser processada e consumida no mercado interno. Dos 96,6 milhões de toneladas produzidos na última safra, 40,7 milhões de toneladas serão processados e consumidos no Brasil. As exporatações devem ser de 53 milhões de toneladas. Os números desfazem o mito de que a produção nacional é toda destina ao mercado externo.

As projeções da associação continuam as mesmas para as importações da oleaginosa no atual ciclo (500 mil toneladas), processamento (40,7 milhões de toneladas), produção de farelo (30,9 milhões de toneladas), de óleo (8,05 milhões de toneladas) e para o estoque de passagem (2,231 milhões de toneladas).

De janeiro a julho, as associadas da Abiove que, segundo o relatório, representam de 76% a 80% do setor, processaram 18,799 milhões de toneladas de soja e produziram 14,338 milhões de toneladas de farelo e 3,744 milhões de toneladas de óleo.

Há no Brasil um preconceito derivado dos livros de Caio Prado Júnior e Celso Furtado segundo o qual o agronegócio brasileiro visa apenas a exportação de produtos primários sem deixar nada no Brasil. Nada mais velho e bolorento.

Na esteira do setor rural brasileiro vem diversas cadeias de produtos que usam soja e milho nos seus processos de produção. Rações, carnes de frango e porco, óleo de cozinha e biodiesel são alguns exemplos de verticalização de produção de soja.

Caio Prado Júnior e Celso Furtado morreram. Suas ideias não servem mais para descrever o mundo rural brasileiro dos nossos dias. Aliás, não serviam nem para descrever o mundo rural brasileiro da época que procuraram retratar. Mas isso é outra história.

Com informações da Abiove e imagem de Fotos: Jonas de Oliveira/ANPR

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