Piratas saqueiam R$ 100 milhões por ano na Amazônia e o estado brasileiro correndo atras de quem trabalha


Matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo mostra que o roubo de carga nos rios da região amazônica quadruplicou entre 2015 e 2016. O roubo de combustível representa 70% do prejuízo de R$100 milhões por ano para as empresas que fazem transporte de carga na região norte. Eletrônicos da zona franca de Manaus representam a maior parte do restante.

Os rios da Amazônia têm sido alvo crescente de ataques de piratas. O número de assaltos nos trechos Manaus-Belém e Manaus-Porto Velho quadruplicou de 50 em 2015 para mais de 200 em 2016, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários do Amazonas (Sintraqua).

Nos pontos mais críticos, empresas de transporte de carga só navegam acompanhadas de escolta armada. O Estreito de Breves, canal fluvial de acesso aos portos de Belém, no Pará, é um dos trechos mais perigosos. A região é estratégica para o escoamento de diversos produtos. Para atravessar o estreito, as embarcações precisam reduzir a velocidade. É quando os piratas atacam.

Segundo o jornal, por dia são registrados de dois a três ataques no Estreito de Breves, com roubo de 20 mil a 30 mil litros de combustível. “Sem falar de roubos de óleo de embarcações menores, que ocorrem toda hora”, afirma Carvalho. Ele estima que os prejuízos do setor ultrapassem R$ 100 milhões. “A situação piora a cada ano. O isolamento é completo.”


Os ataques a embarcações estão visceralmente ligados ao tráfico de drogas. Com o aperto no controle do fluxo de recursos nos bancos, os traficantes da região não são mais remunerados em dinheiro, mas com drogas. Dessa maneira, a Amazônia virou não apenas um corredor de tráfico, mas também um corredor de consumo de entorpecentes.

Ao Estadão, o comandante Enilson Miranda, de 59 anos, relatou o terror dos ataques piratas no Estreito de Breves. Em uma noite de janeiro de 2015, ele foi feito refém próximo à Vila de Antônio Lemos, em uma viagem de Belém para Santarém, numa embarcação que transportava 30 carretas de cargas diversas. “Eu tinha acabado de jantar. Me pegaram pelo macacão e colocaram um revólver 38 na minha cabeça. Me bateram, pisaram no meu pescoço para eu deitar no chão e me levaram para a proa.”

Segundo Miranda, os piratas prenderam a tripulação nos camarotes e levaram tudo o que puderam em um barco maior: aparelho de rádio de comunicação da embarcação, celulares, óleo diesel, óleo combustível e até comida. Os bandidos estavam drogados. Traumatizado, Miranda teve de fazer tratamento psicológico e psiquiátrico. Meses depois, ele foi demitido. “Não tem segurança nenhuma ali.”

Enquanto isso, o Ibama usa a Força Nacional de Segurança, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal para perseguir o povo praticando o crime perfeito em outras regiões da Amazônia.

“Informação publicada é informação pública. Porém, alguém trabalhou e se esforçou para que essa informação chegasse até você. Seja ético. Copiou? Informe e dê link para a fonte.”

Comentários