Prédio incendiado por agentes do Ibama e Polícia Federal em uma das regiões mais pobres do Maranhão. Foto tirada em junho de 2016 por Felipe Werneck - Ascom/Ibama |
Na semana passada um grupo de entidades empresariais do Pará enviou uma carta ao presidente Michel Temer solicitando a suspensão imediada das operações do Fundo Amazônia. Criado em 2008 com doações a fundo perdido do governo da Noruega (R$ 2,4 bilhões), do banco alemão de desenvolvimento KfW (R$ 60,6 milhões) e da Petrobras (R$ 14,2 milhões), o Fundo Amazônia deveria ser um instrumento econômico de incentivo a ações de conservação ambiental, mas se converteu em uma das principais fontes de financiamento de ONGs e de ações e comando e controle do estado.
Na semana passada o Presidente Michel Temer foi admoestado durante visita oficial a Oslo por autoridades noruegueses que se sentiram no direito de ditar políticas para Amazônia. O ato incomodou o alto escalão do Exército brasileiro. O general da reserva, Augusto Heleno, afirmou que Temer deveria ter sido altivo e recursado as doações da Noruega ao fundo e o atual comandante do Exército, General Eduardo Villas Bôas, comentou o episódio afirmando que é preciso reduzir o "deficit de soberania" do Brasil.
De acordo com o relatório de atividades de 2016 o Fundo, a maior parte dos projetos aprovados são de organizações do chamado "terceiro setor", categoria que engloba as ONGs.
Diante dos problemas orçamentários do Brasil, o Ministro do Meio Ambiente, Sarneyzinho Filho, negociou com os doadores uma mudança no objetivo geral e passou a usar recursos do Fundo para o custeio das operações de repressão à atividades produtivas na Amazônia.
Como mostro sempre aqui nesta página, e no www.desambientalismo.com, as operações de fiscalização do Ibama na Amazônia tem o foco exclusivo na asfixia da economia tradicional. Ocorre que em muitas regiões da Amazônia a economia tradicional é a única fonte de emprego e renda disponível.
Repressão ambiental na Reserva Biológica do Gurupi criada sobre região ocupada por colonos amazônidas:
Nunca houve por parte do movimento ambientalista nenhuma preocupação com a substituição da economia de fronteira, que gera desmamento, por outra economia sustentável que pudesse absorver os empregos perdidos com o fechamento de serrarias e embargo de áreas.
Relato de uma amazônida de Boca do Acre, no Amazonas:
Na região da BR-163, por exemplo, o Governo criou em 2006 várias unidades de conservação no bojo de um plano chamado Plano de Desenvolvimento Sustentável da BR- 163. Inicialmente o plano previa ações de incentivo a exploração sustentável de madeiras nas Unidades de Conservação que seriam concomitantes às ações de repressão da economia tradicional. Mas o estado brasileiro nunca implementou as ações de incentivo, emboras as ações de asfixia da economia tradicional sejam frequentes.
Repressão ambiental na região de Marabá, no Pará:
No município de Novo Progresso, um dos maiores da BR-163, não há hospitais ou escolas públicas de qualidade. A repartição pública melhor estruturada no município é o escritório de Ibama. Não há ambulâncias na cidade, mas o escritório do Ibama dispõe de vários helicópteros.
Repressão ambiental no estado do Acre:
Além disso, as operações são eivadas de violência e arbitrariedades por parte dos fiscais. Mostrei aqui, que até jornalistas que tentam cobrir as operações são violentados pelos fiscais.
O problema é visto como efeito colateral pelos ambientalistas do Governo:
O Ibama tem se valido de uma interpretação obscura da Lei nº 9.605 e do Decreto nº 6.514 para apreender e queimar veículos suspeitos de serem usados em atividades ilegais.
O dinheiro international que deveria incentivas atividades sustenta´veis na Amazônia está sendo utilizado para violentar o povo da Amazônia e manter os salários de ambientalistas em ONG.
É por essa razão que o povo da Amazônia não quer o Fundo Amazônia.
“Informação publicada é informação pública. Porém, alguém trabalhou e se esforçou para que essa informação chegasse até você. Seja ético. Copiou? Informe e dê link para a fonte.”
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