Impasse na comissão será resolvido no voto

A Frente Parlamentar da Agropecuária da Câmara desistiu de um acordo com a oposição de parlamentares ambientalistas na comissão especial de reforma do Código Florestal Brasileiro. A Frente conseguiu a adesão do parlamentar amazônida Anselmo de Jesus (PT-RO) ao bloco que controlará a comissão.

Indicado pela maioria, o deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR) presidirá os trabalhos e, assim que assumir o cargo, deve nomear Aldo Rebelo (PCdoB-SP) como relator da comissão. O deputado Homero Pereira (PR-MT) cedeu a vaga de 1º vice-presidente a Anselmo. É um absurdo querer mudar o Código Florestal às vésperas da reunião de Copenhague, afirmou o deputado Sarney Filho (PV-MA), em referência à cúpula da ONU sobre mudanças climáticas, em dezembro, na Dinamarca. Para Sarneyzinho a forma como o Brasil é visto lá fora é mais importante do que a agricultura e meio ambiente aqui dentro.

Em clima de confronto aberto os líderes de PV e PSOL obstaram ontem os trabalhos da comissão de revisão do Código Florestal com uma questão de ordem alegando problemas regimentais. A fremte da agrpecuária apelou ontem até ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), para que ele conduzisse pessoalmente a eleição dos membros da nova comissão. Convidado, Temer, que de bobo não tem nada, declinou, mas decidirá a questão de ordem levantada pelo PV em plenário sobre os critérios para a composição da comissão especial.

Pelo regimento, Michel Temer terá que responder ao questionamento. Nos bastidores, informa-se que Temer rejeitará a questão de ordem e abrirá caminho para a eleição imediata dos dirigentes da nova comissão. Se não tem acordo, vamos para o voto. É ruim esse clima de divisão antes mesmo das discussões de mérito, mas não nos resta outra solução diante do sectarismo dos ambientalistas, disse o deputado Waldemir Moka (PMDB-MS).

A instalação da comissão especial, na semana passada, serviu de palco para acusações, xingamentos e ameaças dos dois grupos parlamentares. A Frente da Agropecuária queria Homero Pereira na relatoria, mas os ambientalistas protestaram. Em seguida, tentou-se um acordo para garantir Aldo Rebelo (PC do B) no cargo, mas os ambientalistas novamente rejeitaram o acordo, acusando Rebelo, que é do partido comunista, de estar próximo das teses ruralistas. Não há como fazer acordo, disse o deputado Abelardo Lupion (DEM-PR).

A comissão condensará quase 400 projetos de lei em tramitação na Câmara para tentar proposta única para as leis ambientais. A questão virou bandeira eleitoral porque um decreto presidencial retirado das catacumbas do Ministério do ½ Ambiente pelo desequilibrado do Minc, fixou o dia 11 de dezembro como prazo final para adequação de todas as 5,17 milhões de propriedades rurais do país ao atual código. O prazo é inexequível.

Com infomações de Mauro Zanatta no Valor Econômico

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Em tempo, considero a entrega da presidência da comissão ao Micheletto um erro. Micheletto é estigmatizado e será um prato cheio para as ongs fazerem alarde pelo fim da comissão. Deviam achar alguém aparentemente neutro, alguém como Rebelo ou Roberto Rocha. A proxima reunião da comissão será hoje. Trarei informações.

Comentários

Luiz Prado disse…
Não há neutralidade possível diante de "ambientalistas" que se movem por dogmas e não pela ciência e de políticos que miram essa fatia eleitoral, recusando-se a conversar com a ciência. Qual é mesmo a definição de "morro"? E de "topo de morro"?