Em quantos anos se corta um jacarandá plantado hoje? Nonsense ½ ambiental - Elevado custo de implantação e manutenção com receitas espalhadas em prazos muito longos. |
Procurem saber quantas vezes os termos: "Código Florestal", ou: "Reserva Legal", ou ainda: "Área de Preservação Permanente" aparecem no MCR e vocês terão uma boa pista das razões pelas quais o Código Florestal Brasileiro não passa de mais uma lei que "não pegou".
As rezões para não haver financiamentos reais para a implementação do Código Florestal entre as linhas disponíveis no MCR é simples. Financiamento é diferente de doação. Os recursos emprestados pelo governo aos produtores rurais não são dados, são emprestados. Os produtores precisam devolver ao governo o valor recebido acrescido de uma taxa de juros; alguns a curto prazo, os custeiros; outros a médio prazo, os investimento. Não há no NCR previsão de prazo maior do que 15 anos.
Reconstruir RL e APP com espécies nativas biodiversas e maravilhosas não gera receita capaz de remunerar os empréstimos às taxas de juros previstas no MCR, nem no curto, nem no médio prazo. É absolutamente inviável tomar dinheiro emprestado do governo (ou de quem quer que seja) para plantar três pés de maçaranduba por hectare intercaladas com outras espécies nativas de crescimento lento. É uma conta simples de economia florestal.
A pesquisadora do Instituto Florestal do Estado de São Paulo e professora da UNESP, Giselda Durigan, uma das maiores autoridades do país em restauração florestal, compara a perspectiva de lucrar com a reserva legal à venda de indulgências pela Igreja Católica na Idade Média: pague agora, receba no Além. O MCR não prevê esse prazo.
O engraçado é que essa é uma conta que ninguém se ocupou em fazer, apesar de simples. Os fundamentalistas das ONGs da Marina que pululam no Twitter, os articulistas do jornalismo provinciano da urbe e a paraciência dos preservadores de paradigma da SBPC põem o debate em nível tão rasteiro que as questões realmente importantes ficam de fora.
A conciliação dos produtores rurais com o meio ambiente passará necessariamente pelo Manual de Crédito Rural, mas não será nessa recauchutada que a coisa vai acontecer. Será ainda preciso elevar em muito o nível do debate e isso não acontecerá enquanto for necessário brigar com os xiitas da Marina Silva por anistias inexistentes.
Comentários
Fora o que, quantos são os twiteiros da ex-Marina Silva? Não é aquela que, entre outros mal-feitos, conduziu o governo à aprovação dos transgênicos e à aprovação da "tansposição" do São Francisco, depois de perder no Comietê de Bacia por 42 a 4? Ah, deve ser essa mesmo!
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