Manejo correto do pasto pode aumentar a produção animal em 40%

"Só de fazer o manejo correto do pasto, é possível aumentar de produção animal de 30% a 40%", diz Ademir Zimmer, pesquisador da Embrapa Gado de Corte. Pesquisas da unidade da Embrapa mostraram que no quarto ano de experimento com o capim Xaraés, o animal ganhou 760 gramas de peso por dia em pasto de altura de 30 cm, em 370 dias, com taxa de lotação de 2,8 UA/ha, resultando em 1.170 kg/ha. O custo desse modelo é de R$ 1,80 por animal/dia (mais adicionais) e custo total de R$ 1.330,00 por hectare. O total da receita com o pasto a 30 cm, considerando o quilo do peso a R$ 4,95, foi de R$ 5.800,00, com a margem de lucro de R$ 4.470,00. Melhor resultado de altura de pasto.

Comparando com a altura do pasto em 15 cm, a margem de lucro foi de R$ 2.420,00. O ganho de peso foi menor: 450 gramas/dia, com taxa de lotação maior: 3,4 UA/ha, e um tempo maior para a engorda, quase o dobro: 620 dias, com ganho animal por área menor: 1.030 kg/ha. Com altura de 45 cm, com a taxa de lotação praticamente igual ao pasto de 30 cm de altura: 2,7 UA/ha. Mas o ganho animal por dia e por área foi menor: 600 gramas/dia e 930 kg/ha, respectivamente, e margem da receita menor: R$ 2.990,00

No esquema de Integração Lavoura e Pecuária, a presença do gado no pasto é positiva quando se realiza juntamente com o sistema plantio direto (SPD). Um fator importante é a altura de pastejo para a massa de palhada. O efeito da altura da Brachiaria ruziziensis na massa de palhada teve melhor resultado em 35 cm, com produção de 6,8 toneladas de massa, com 96 cm de altura de plantas e produção de soja de 4.240 kg (70 sacas por hectare).

Em 15 cm, foi de 4,1 toneladas, 88 cm de altura e 3.930 kg (65 sc/ha). Com o pasto a 50 cm, a altura da planta foi de 87 cm e 3.900 Kg (65 sc/ha)."Colocar boi "na roça" é bom. A soja produz mais com o pastejo, por estimular o perfilhamento, a ciclagem de nutrientes e crescimento radicular", afirmou o pesquisador.

O bom manejo das pastagens tem outras vantagens: reduz a emissão de gases de efeito estufa, protege o solo e aumenta a produtividade de grãos no sistema de integração lavoura-pecuária-floresta, entre outros fatores. É uma via de mão dupla: um solo bem manejado é um ambiente propício para pastagens de qualidade, e pastagens de qualidade contribuem para a construção de uma boa estrutura do solo. "Nosso equipamento de produção é o solo; o boi e os grãos são os produtos."

Zimmer também falou sobre a importância da suplementação em sistemas de produção com idades de abate descrescentes (pasto, suplemento, confinamento). A suplementação na seca é feita com sal mineral nas águas e proteinado de baixo consumo na seca, sendo o abate aos 29 meses. Na suplementação na seca mais águas, o suplemento deve ser proteico-energético de baixo consumo nas águas e proteinado de baixo consumo na seca (abate aos 27 meses).

Com a terminação realizada em semi-confinamento, a recomendação é que o sumplemento seja proteico-energético de baixo consumo nas águas e proteinado de baixo consumo na seca e terminação em semi-confinamento, avançado (1,8% do peso vivo em concentrado) e abate em 21 meses. O abate aos 19 meses acontece quando se faz a suplementação proteica-energética de baixo consumo nas águas e proteinado de baixo consumo na seca e terminado em confinamento.

O resultado desses sistemas acima em integração lavoura-pecuária (ILP) possui desempenhos superiores e o abate é feito entre 14 e 20 meses.

Pré-lançamentos de forrageiras

Brachiaria híbrida BRS Ipyporã (Brachiaria ruziziensis com Brachiaria brizantha): na altura ideial, 30 centímetros, possui alto valor nutricional (de 11% a 12% de proteína) - ganha da marandu, mas perde em capacidade de suporte; possui digestibilidade de 60%; aguenta ataque de cigarrinha da pastagem e cigarrinha da cana (ela é a exceção, porque nenhuma brachiaria tem resistência).

Panicum maximum cv BRS Quênia (híbrido de panicum) - no Bioma Cerrado, o desempenho animal (grama por animal/dia) nos primeiro e segundo anos, no período das águas é melhor que a mombaça, mas é menor na seca. Mas, no terceiro ano, o desempenho é maior que a mombaça nos dois períodos, mostrando que é uma cultivar persistente; já a proteína bruta e a digestibilidade são maiores tanto no período de chuva quanto na seca.

Com informações e imagem da Embrapa

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