Mais um capítulo da novela do CAR de Eliseu Padilha

Propriedades rurais (branco) sobrepostas ao Parque Estadual Serra de Ricardo Franco (vermelho)
O procurador-geral de Justiça em exercício de Mato Grosso, Luiz Scaloppe, acusou o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), e o governador do estado, Pedro Taques (PSDB), de atuarem para tentar reverter uma ação do Ministério Público do Estado por crime ambiental. Padilha, seus sócios e vários outros produtores rurais tiveram cerca de R$ 180 milhões em bens bloqueados em um processo com base no Cadastro Ambiental Rural. As informações estão no UOL.

Padilha e os demais produtores rurais cujas propriedades foram incluídas no Parque Estadual Serra de Ricardo Franco, em Mato Grosso, são alvo de uma ação do MP que aponta seu envolvimento em desmatamentos e pecuária irregular decorrente da sobreposição com o Parque Estadual. As informações usadas pelo Ministério Público no processo foram construídas com base no cruzamento dos dados do Cadastro Ambiental Rural com o mapa do Parque Estadual.

Scaloppe acusa o governo mato-grossense de ter colocado a Procuradoria-Geral do Estado a serviço da defesa de interesses particulares do ministro. O governo conseguiu derrubar uma liminar que obrigava o Estado a adotar providências para a efetiva regularização do parque estadual. O Ministério Público tenta reverter a decisão judicial que suspendeu os efeitos da liminar.

O secretário da Casa Civil de Mato Grosso, Paulo Taques, nega que o estado trabalhe em favor do ministro ou de qualquer outro proprietário. “Os proprietários também recorreram”, disse. Em dezembro de 2016, durante reunião com agricultores, Paulo Taques afirmou considerar a decisão da Justiça absurda e irresponsável. Na ocasião avisou aos proprietários que a PGE entraria com um pedido de suspensão.

Situado no extremo oeste do Estado, no município de Vila Bela da Santíssima Trindade, na fronteira com a Bolívia, o Parque Serra de Ricardo Franco é uma Unidade de Conservação com 158 mil hectares criada em 1997 sobre propriedades rurais já estabelecidas.

Comentários

emanuel disse…
Ha. Entendi. Igual aqui no Maranhão onde Jose sarney criou a Reserva Biológica do Gurupi sobre propriedades rurais particulares ja existentes, nunca pagou aos donos, fechou empresas como a INDUSPAR - Indutria de Parquetes da Amazônia. É a velha insegurança juridica, a mão pesada do Estado sobre o cidadão, a mão grande...enfim, isso é Brasil, um pai onde o produtir rural e demonizado, sempre!