Sobre a Reserva Legal

"O que acontece é que o estado do Amazonas tem 98% de floresta nativa, com 1,6 milhão km². O estado de São Paulo, com 240 mil km², não sei se chega a 10%. Portanto, o estado do Amazonas terá muito menos dificuldade de aceitar os 80% do que São Paulo se desfazer de uma área grande de produção para preencher os 20%. É preciso levar em conta que temos um problema em estados como São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Não é fácil nem para os produtores nem para o estado renunciar a uma área importante de produção, porque isso é emprego, é renda, é tributo. É preciso ter cautela para resolver esse problema. É preciso pensar no problema que você causa, em decorrência do problema que você resolve. Qual a lógica de resolver um problema ambiental e criar um problema social grave de desemprego, de redução da produção de alimentos, de encarecimentos do custo do alimento? As pessoas têm soluções aparentemente fáceis. Dizem que tem que mudar a matriz tecnológica da agricultura. Mas isso custa dinheiro. E aí? Se não tem tecnologia avançada, tem que se desfazer da sua terra e ir para a periferia da cidade? Isso não é solução. É uma solução aparente e abstrata que não se encaixa na realidade. Temos que partir da realidade e dos fatos."
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É a ideia de condenar estados que não se desenvolveram a não se desenvolverem mais. São Paulo tem direito a ter centenas de milhares de quilômetros de estrada e o Amazonas não tem direito a estradas? Você não pode condenar um estado a uma situação dessas. Ou seja, alguém mora em São Paulo, o esgoto vai para o Tietê, tem três carros na garagem, vai comer pizza num forno a lenha e acha que o problema ambiental é do milho plantado lá em Roraima. É preciso haver equilíbrio.

Deputado Aldo Rebelo em programa no Congresso em Foco. Leia a entrevista completa.

Comentários

Luiz Henrique disse…
Ultimamente estou concordando tanto com os comentários do Dep. Aldo, que já estou ficando com medo de virar socialista.
Luiz Prado disse…
Esse rufar de tambores sobre a Amazônia ocorre justamente para desviar a atenção do total fracasso das políticas ambientais no restante do país, onde TODOS os rios estão altamente poluídos e o controle sobre os resíduso sólidos - inclusive os perigosos - é baixíssimo.