O monstro que criamos

Deputados do estado do Acre tentam proteger a população rural do estado dos desmandos da repressão verde do Instituto de Meio do Acre (Imac) e do Ibama.

O Deputado Estadual Walter Prado, ao defender seu projeto de lei que anistia as multas dadas os produtores rurais do Acre pelo Imac, disse que é preciso amenizar o problema causado “pelo monstro que nós criamos”. A Deputada Federal Perpétua Almeida tem um projeto semelhante tramitando no Congresso cujo alvo são as multas impostas pelo Ibama aos trabalhadores do Acre.

No Acre, centenas de trabalhadores rurais estão impossibilitadas de adquirir financiamentos por estarem arrolados em processos e multas dos órgãos ambientais. As multas muitas vezes ultrapassam o valor das propriedades. Alguns agricultores, cansados do que eles chamam de perseguição, vendem suas pequenas propriedades, ou mudam de atividade, como é o caso do senhor Zelito. “Desenvolvimento sustentável, áreas de reserva legal, preservação, tudo é muito bonito em discurso, [...], o problema é que não nos resta alternativa. As leis ambientais protegem e ajudam a dar prestigio para o Estado (do Acre), não ao homem que trabalha na terra”, afirma Zelito.

A tese de doutorado da Profª. Nazira Correia Camely, A Geopolítica do ambientalismo ongueiro na Amazônia: Um estudo sobre o Estado do Acre, mostra esse fenômeno em detalhes mais angustiantes do que a pintura do Goya reproduzida nesse post.

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