Caros, gostaria de reconhecer aqui o erro que cometi no final do ano passado ao fazer campanha pela aprovação do texto do Senado. Hoje, fazendo engenharia de obra de pronta, como se diz, percebo que aquela atitude foi um erro e por ele peço a todos vocês que acompanham este blog, desculpas.
Embora hoje, após a aprovação da reforma do Código Florestal com alterações que beneficiam o setor rural, é fácil perceber o erro. Mas naquele momento a situação era outra.
Guerreio essa guerra contra os ecotalibãs a muito tempo. Assisti mais de uma vez as grandes ONGs usarem seu eco appeal, seus milhões de dólares e sua 5º coluna na imprensa para manipular a opinião pública urbana e estraçalhar as esperanças dos setor rural brasileiro. Vi mais de uma vez o ímpeto da bancada da agropecuária esmaecer diante das emendas ao orçamento e de atos normativos com renegociações de dívidas rurais.
No final do ano passado, diante da perspectiva de concluir a reforma do Código Florestal às barbas da Rio+20, uma conferência internacional fracassada que deixaria seus ativistas completamente órfãos e ávidos por uma bandeira a que se apegar; diante da dependência que teríamos do PMDB, um partido da base governista e amorfo; diante da coesão flácida da bancada da agropecuária; me convenci de que o risco de trazer a reforma do Código Florestal para 2012 era grande demais.
Naquele momento eu estava convicto de que a reforma do Código Florestal seria estraçalhada pelas ONGs caso não fosse concluída em 2011 e fiz campanha aberta pela aprovação do texto do Senado. Minha leitura era de que o texto do Senado era melhor do que o Código Florestal vigente e seria melhor dar uma vitória ao setor rural em 2011 do que levá-lo à derrota em 2012.
Talvez por estar longe de Brasília não fui capaz de ler corretamente o sentimento reformador da Câmara dos Deputados. O PMDB me surpreendeu ao quedar coeso ao lado da agricultura nacional contra a posição do governo mesmo sendo um partido governista; a bancada da agropecuária me surpreendeu ao não esgarçar como de hábito; a percepção de vários deputados que não pertencem à bancada da agropecuária de que o Código Florestal é uma lei danosa ao campo também de surpreendeu. Nunca imaginei que os deputados tivessem força para paralisar o Legislativo em suporte à reforma do Código Florestal.
Enfim, errei e tentei induzi-los a errar comigo. Venho aqui reconhecer esse erro, pelo qual peço desculpas.
Continuo entretanto convicto de que a decisão de não concluir a reforma em 2011 foi arriscada demais. Hoje, vitoriosos, sabemos que valeu a pena, mas o risco assumido naquele momento foi alto. Poderíamos hoje estar amargando uma derrota e não creio que nenhum daqueles grandes líderes viessem a pública reconhecer sua responsabilidade.
Em tempo, a guerra ainda não acabou. A presidente Dilma Rousseff provavelmente vetará o Artigo 62 e tentará normatizar a recuperação de APPs em beiras de rio de outra forma, talvez por decretos ou outras normas que não dependam do crivo do Congresso Nacional. A presidente pode ainda vetar outros pontos do texto e nós ainda teremos que guerrear por seus termos. Espero que todos entendam o erro, suas circunstâncias e continuem confiando nas análises que, mal e porcamente, consigo fazer com o tempo que tenho.
Embora hoje, após a aprovação da reforma do Código Florestal com alterações que beneficiam o setor rural, é fácil perceber o erro. Mas naquele momento a situação era outra.
Guerreio essa guerra contra os ecotalibãs a muito tempo. Assisti mais de uma vez as grandes ONGs usarem seu eco appeal, seus milhões de dólares e sua 5º coluna na imprensa para manipular a opinião pública urbana e estraçalhar as esperanças dos setor rural brasileiro. Vi mais de uma vez o ímpeto da bancada da agropecuária esmaecer diante das emendas ao orçamento e de atos normativos com renegociações de dívidas rurais.
No final do ano passado, diante da perspectiva de concluir a reforma do Código Florestal às barbas da Rio+20, uma conferência internacional fracassada que deixaria seus ativistas completamente órfãos e ávidos por uma bandeira a que se apegar; diante da dependência que teríamos do PMDB, um partido da base governista e amorfo; diante da coesão flácida da bancada da agropecuária; me convenci de que o risco de trazer a reforma do Código Florestal para 2012 era grande demais.
Naquele momento eu estava convicto de que a reforma do Código Florestal seria estraçalhada pelas ONGs caso não fosse concluída em 2011 e fiz campanha aberta pela aprovação do texto do Senado. Minha leitura era de que o texto do Senado era melhor do que o Código Florestal vigente e seria melhor dar uma vitória ao setor rural em 2011 do que levá-lo à derrota em 2012.
Talvez por estar longe de Brasília não fui capaz de ler corretamente o sentimento reformador da Câmara dos Deputados. O PMDB me surpreendeu ao quedar coeso ao lado da agricultura nacional contra a posição do governo mesmo sendo um partido governista; a bancada da agropecuária me surpreendeu ao não esgarçar como de hábito; a percepção de vários deputados que não pertencem à bancada da agropecuária de que o Código Florestal é uma lei danosa ao campo também de surpreendeu. Nunca imaginei que os deputados tivessem força para paralisar o Legislativo em suporte à reforma do Código Florestal.
Enfim, errei e tentei induzi-los a errar comigo. Venho aqui reconhecer esse erro, pelo qual peço desculpas.
Continuo entretanto convicto de que a decisão de não concluir a reforma em 2011 foi arriscada demais. Hoje, vitoriosos, sabemos que valeu a pena, mas o risco assumido naquele momento foi alto. Poderíamos hoje estar amargando uma derrota e não creio que nenhum daqueles grandes líderes viessem a pública reconhecer sua responsabilidade.
Em tempo, a guerra ainda não acabou. A presidente Dilma Rousseff provavelmente vetará o Artigo 62 e tentará normatizar a recuperação de APPs em beiras de rio de outra forma, talvez por decretos ou outras normas que não dependam do crivo do Congresso Nacional. A presidente pode ainda vetar outros pontos do texto e nós ainda teremos que guerrear por seus termos. Espero que todos entendam o erro, suas circunstâncias e continuem confiando nas análises que, mal e porcamente, consigo fazer com o tempo que tenho.
Comentários
Ainda não li a matéria, mas você foi uns dos principais defensores da agricultura brasileira e todos nós temos que agradecer a você e sim nos é que pedimos desculpas por não ter participado e lutado como você.
Paulo Roberto Ji-Paraná, RO.
Desculpas aceitas e bem compreendida.
No entanto, como tu já bem disse, entendo que estamos longe de ver um ponto final neste imbróglio.
Sem contar o possível veto, a possível derrubada do veto, as intermináveis discussões e desinformações do (medíocre) jornalismo brasileiro ainda teremos acredito eu uma enxurrada de processos do ministério público e sabe-se lá daqui a quantos anos um julgamento tumultuado também no STF.
A esperança, ainda que remota, seria Kátia Abreu lançar candidatura à presidência.
Com relação a Dilma, vamos ver se ela é realmente uma democrata, ou só diz isso da boca para fora, o Código Florestal sempre foi imposto goela abaixo à todos, nunca foi votado nenhuma matéria no legislativo que representa a opinião nacional, agora que foi, espero que ela respeite a vontade popular.
Uma coisa você pode ter certeza, seu Blog, teve uma grande contribuição para que toda a verdade viesse a tona e contribuiu muito para esta aprovação.
Abraço e parabéns pela luta já vitoriosa, que com certeza terá de ter continuidade.
Pelo discurso dos petistas, admitindo derrota a Dilma deve vetar poucos artigos do código, só os referentes a Amazônia, que são o foco da preservação e tem pequeno poder político. Reserva legal de 80% na amazônia foi um ato de colonialismo por parte de Brasília na Amazônia, infelizmente isso vai acontecer pra sempre.
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