Amazônia só leva porrada

O senador Jaime Campos (DEM/MT) defendeu ontem a saída do estado de Mato Grosso da Amazônia Legal que inclui ainda os estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Rorâima, Pará e Tocantins. A manifestação ocorreu durante audiência pública da comissão de agricultura e reforma agrária do Senado Federal para discutir o Código Florestal.
Fiscal do Ibama ameaçando produtor
rural na Amazônia
Ao abordar a necessidade de aprovação do novo Código Florestal, Jaime Campos argmentou que o Estado não tem vantagem alguma em permanecer na área. "O que Mato Grosso ganhou por permanecer na Amazônia Legal? Levou porrada, porque há anos não recebemos nenhum incentivo do governo", criticou Campos.

Jaime Campos tem razão. Desde que o mundo entendeu que tem que fazer da Amazônia a Unidade de Conservação do planeta que tudo o que a região ganha é polícia, ibama, multa, enforcement e, enfim, cacete. A grande estratégia de preservação de região é asfixiar a velha economia de fronteira sem se importar com as consequências disso para os 25 milhões de brasileiros que lá vivem... ou tentam.

O pronunciamento de Jaime Campos suscedeu ao do senador fundamentalista Pedro Taques, que se manifestou contrário à idéia de autonomia para que estados e municípios legislem de forma concorrente em matéria ambiental e disse que é preciso acabar com o "fundamentalismo" de ruralistas e ambientalistas. Taques, que egresso do Ministério Público, não disse palavra sobre o fundamentalismo dos seus ex colegas.

Jaime argumentou, no entanto, que há uma série de situações provocadas pelo próprio govero federal que prejuicam o produtor rural, os assentados da reforma agrária e as populações dos municípios de Mato Grosso e da Amazônia Legal. Segundo ele, a medida provisória e que aumentou o tamanho da reserva legal na Amazônia, de 50% para 80%, e dá redação ao Código Florestal vigente, precisa ser reformulada.

O retirada de parte de Mato Grosso da Amazônia Legal está sendo analisada pelo deputado federal Neri Geller (PP/MT), que no mês passado anunciou a intenção de "desengavetar" proposta similar do ex-senador Jonas Pinheiro.

Comentários

Ana disse…
Primeiro é o dedo em riste do fiscal, depois é o gatilho.Que medo!!!
Luiz Prado disse…
Fiscalete desse tipo é só emprego público e custa trocado.

Já "Amazônia legal" é figura de retórica que na cabeça da dupla Marina Silva - Mini Sarney virou "bioma". Precisa ser legalmente extinta.