Evaristo Miranda e o Código Florestal

Evaristo Eduardo de Miranda em foto de
Fotos Gov/Ba 
O professor Evaristo Miranda concedeu uma entrevista à Revista Globo Rural. Miranda foi um dos grandes responsáveis pelo debate sobre a necessidade de reforma do Código Florestal ter chegado onde chegou. A equipe do Professor Evaristo Miranda fez um trabalho pioneiro mostrando que se o Brasil continuasse criando indiscriminadamente Unidades de Conservação, Terras Indígenas e quilombos em breve não haveria espaço para mais nada no país. As evidências lançadas por esse trabalho acabaram levando a questionamentos sobre a área realmente disponível para a agricultura e isso precipitou a reforma do Código Florestal.

Veja a resposta de Evaristo Miranda a um questionamento sobre o Código Florestal.

Globo Rural - Como o senhor avalia a disputa entre ruralistas e ambientalistas em torno do Código Florestal?

Evaristo de Miranda - De novo, deparamos com nossa incapacidade de reconhecer a diversidade e a ocupação territorial do Brasil. É preciso levar em conta as áreas consolidadas nas quais a agricultura está há séculos, como os vinhedos do Rio Grande do Sul, as maçãs em Santa Catarina, o café em Minas Gerais e assim por diante. Mas o assunto precisa ser trabalhado com critérios técnicos.

Pelos cálculos da Embrapa, se houver a obrigação de recompor essas áreas de preservação permanente, as APPs, o custo será de R$ 650 bilhões. Nas contas do Instituto de Pesquisa Agrícola, esse valor é de R$ 1 trilhão. Com certeza, o setor rural não tem como arcar com essa conta. É necessário melhorar a agricultura, reduzir seu impacto ambiental, mas contemplando as realidades que estão consolidadas.

Não é possível compará-las com áreas novas de ocupação, como as do Piauí, Rondônia ou Pará, onde será necessário estabelecer restrições para que elas não sejam ocupadas de forma errada. A gente tem de levar para lá o que há de melhor – e não a agricultura predatória utilizada no passado.

Leia a íntegra da entrevista no site da Revista Globo Rural.

Comentários

Cássio Marcon disse…
Ciro,

Tu sabes qual foi a faixa de APP utilizada nos calculos de Miranda?