Morre Adrian Cowell, um dos pais do fundamentalismo ambiental brasileiro

Morreu na última segunda-feira, 10 de outubro, de insuficiência respiratória, em Londres, o documentarista Adrian Cowell. Cowell foi um dos engenheiros do martírio de Chico de Mendes que deu força ao fundamentalismo ambiental que hoje conhecemos como marinismo. Cowell chegaria hoje ao Brasil para concluir a versão brasileira do filme Killing For Land, que vende aos gringos os clichês habituais sobre a Amazônia. Adrian Cowell nasceu em Tongshan na China, em 2 de fevereiro de 1934, e concluiu seus estudos na Universidade de Cambridge. Morreu aos 77 anos.

Cowell filmou parte das expedições dos Villas Boas e trabalhou também no documentando o primeiro contato de sertanistas brasileiros com os índios uru-eu-wau-wau, em Rondônia, quando conheceu o ambientalista Steve Schwartzman. Nos anos 80, Cowell fez série para TV “A Década da Destruição", mostrando o avanço do governo militar sobre a fronteira amazônica. Recebeu diversos prêmios internacionais e passou a trabalhar com o embrião do fundamentalismo ambiental moderno, que também acompanhava os acontecimentos em Rondônia.

Viveu com a ambientalista Mary Allegrette e esteve próximo de Steve Schwartzman, Bruce Rice e Tony Gross. Juntos eles construíram o martírio de Chico Mendes, dando-lhe uma imagem internacional e jogando-o contra um dos maiores assassinos do Acre. Sobre a comoção internacional do assassinato de Chico Mendes todos construíram suas carreiras e as bases para o fundamentalismo ambiental que hoje se lança contra a agricultura brasileira.

Cowell doou em vida todo o seu acervo de filmes e vídeos à PUC de Goiás.

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