CAR não avança: Mais da metade das propriedades rurais do país continua fora do cadastro ambiental rural

O Serviço Florestal Florestal, que abriga as ações do Ministério do ½ Ambiente voltadas para o Cadastro Ambiental Rural (CAR), divulgou agora a pouco o relatório com atualização dos números do cadastro. Foram incluídos no CAR 105 mil novos imóveis rurais no mês de fevereiro. Ao todo, 2.4 milhões de imoveis já foram cadastrados. O número corresponde a 43% dos 5,5 milhões de estabelecimento rurais do país.

Técnicos do Ministério reconhecem que houve dificuldades na implantação do programa e na harmonização das plataformas dos estados com o sistema federal. Mas o Ministério continua se recusando a reconhecer a necessidade de prorrogar o prazo do cadastramento previsto no Novo Código Florestal.

Veja aqui o relatório de fevereiro do CAR

Um grupo de parlamentares da bancada do agro se reuniu hoje com a Ministra do ½ Ambiente, Izabella Teixeira, pouco antes da divulgação dos novos números. Foram engabelados.

A Ministra argumentou que o final do prazo do prazo é, e continuará sendo 5 de maio de 2016, mas os produtores poderão continuar se cadastrando depois dessa data. Ou seja, o prazo termina, mas não acaba.

O consultor jurídico do Ministério do Meio Ambiente, Mauro Ó de Almeida, prometeu aos deputados que o órgão estudará uma "saída jurídica" para que os produtores que se cadastrarem depois do final do prazo tenham os mesmos benefícios que têm aqueles que se cadastrarem depois. Parece que os deputados acreditaram.

É tudo potoca, ecopotoca. Qual a razão de haver um prazo legal se quem fizer o CAR depois dele terá os mesmos benefícios de quem fez o CAR dentro do prazo? O Ministério está tentando enrolar os parlamentares com filigranas.

De fato, o sistema não sairá do ar em 5 de maio. O produtor rural pode fazer o CAR depois de 5 de maio, se que quiser enfiar a mão em cumbuca ecológica. Eu não recomendo. Se eu fosse produtor rural e perdesse o prazo de 5 de maio para incluir minha propriedade no CAR eu NÃO FARIA MAIS O CADASTRO. Essa é a minha recomendação: Não perca e prazo. Se perder, NÃO FAÇA O CAR.

Feito depois do prazo o CAR só servirá para os ecotalibãs do Ministério Público e do Ibama perseguirem e multarem os produtores rurais que não poderão usufruir de nenhum dos benefícios da nova lei. Já expliquei isso aqui no post Fim do prazo do CAR anulará efeitos da reforma do Código Florestal.

O próprio Inquisidor-Geral do Ibama, Luciano Evaristo, já avisou, babando de satisfação, que o CAR revolucionará a fiscalização ambiental que poderá ser feita por unidade produtiva e via satélite, "sem sair do escritório". Veja:

Se não houver prorrogação do prazo de 5 de maio, quem fizer o CAR depois dessa data só vai levar ferro em sua unidade produtiva enviado pelo Ibama via Sedex sem sair do escritório.

Volto a afirmar aos mais de 2 milhões de produtores rurais que ainda não fizeram seus cadastrados: Não perca e prazo de 5 de maio de 2016. Mas, se perder, NÃO FAÇA O CAR nunca mais. Fuja. Esconda-se o quanto puder.

* Em tempo, anos atrás (sem trocadilho) este blogg passou a grafar Ministério do ½ Ambiente usando o símbolo ½ no lugar da palavra "meio" como forma de satirizar a segregação imbecil entre ambientalismo e produção rural naquele órgão. Por décadas os ambientalistas radicais de organizações NÃO governamentais dominaram o Ministério do Meio Ambiente, uma entidade governamental, transformando-o em Ministério do ½ Ambiente.

Depois que assumiu o Ministério, Izabella Teixeira afastou as ONGs e abriu um canal de diálogo com o setor produtivo. Escrevi isso aqui curiosamente no dia 5 de maio de 2011: O Ministério do ½ Ambiente precisa ser des'ONG'uisado

Esse blogg passou então a grafar o termo Ministério do Meio Ambiente sem o símbolo ½ como um reconhecimento de que o Ministério passara a encarar o meio ambiente como um todo, incluindo a necessidade de produção.

Agora este blogg se vê obrigado a retomar a grafia com o símbolo ½. Izabella Teixeira se perdeu e voltou a apartar o M½A do meio rural com um todo e isso terá consequências.

Alguém imagina que o Brasil conseguirá recuperar 12,5 milhões de hectares de vegetação nativa se a área ambiental do governo voltar a tratar produtor rural como filho-da-puta, como o MMA fazia antes da expulsão das ONGs?

Tenho dito isso aqui no blog várias vezes. O grande ganho da reforma do Código Florestal não foi o texto final, que continua muito ruim. O grande ganho das novas regras foi a reconciliação entre os produtores rurais e a proteção ambiental.

Antes da nova lei, assediados pelos ecojihadistas e submetidos a regras absurdas, o setor rural se afastou o meio ambiente. Com as novas regras, o setor se rural mudou de postura.

Izabella Teixeira está jogando essa reaproximação no lixo.

Imagem: Ascom FPA

Vem que eu te multo

Publicado por Código Florestal em Sábado, 12 de março de 2016

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