Banco Mundial libera US$ 32 mi para ajudar governo brasileiro a cadastrar propriedades rurais do Cerrado

O Banco Mundial e o Ministério do ½ Ambiente assinaram na segunda-feira (22) um acordo de empréstimo para a implementação do Cadastro Ambiental Rural no Bioma Cerrado. Organismo financeiro disponibilizará 32,48 milhões de dólares para a pasta federal. Com o dinheiro, governo conduzirá ações de registro de propriedades, a fim de promover recuperação de áreas degradadas. Nove estados serão beneficiados.

O Cerrado abrange um quarto do território brasileiro — 2 milhões de quilômetros quadrados — e se espalha por 11 estados do país. Ao longo de sua extensão, o bioma apresente 23 tipos de vegetação, entre savanas tropicais, florestas e pastagens. O ecossistema é uma farta fonte de estoque de carbono e de recursos hídricos.

Quase 43 milhões de pessoas — ou 22% da população brasileira — vivem no Cerrado, ocupado em grande parte por propriedades privadas. O Banco Mundial e o Ministério esperam que agricultores familiares do bioma tenham suas reservas legais e áreas de preservação permanente registradas no Cadastro Ambiental Rural. A pasta também quer que proprietários adotem medidas visando à regeneração de zonas degradadas.


O Cadastro Ambiental Rural (CAR) faz parte do Plano de Ação do Programa de Investimento Florestal do Brasil (FIP-Brasil), iniciativa que prevê a promoção do registro em nove unidades federativas.

“O cadastro ambiental rural tem se mostrado extremamente importante para a gestão das florestas brasileiras, principalmente no Bioma Cerrado, que responde por grande parte da produção agrícola nacional, mas cujo desmatamento ilegal é significativo”, afirmou o diretor do Banco Mundial para o Brasil, Martin Raiser, durante a cerimônia em que foi firmado o acordo.

“O Banco reforça seu compromisso com o governo brasileiro e, principalmente, com a agenda ambiental. Estamos realmente confiantes que a nossa persistência em concretizar esta operação trará excelentes frutos para o Brasil”, acrescentou o dirigente do organismo internacional.

O FIP permitirá reduzir a pressão nas florestas remanescentes, a redução de emissões de gases de efeito estufa e o aumento do sequestro de carbono — retirada de gás carbônico da atmosfera por meio da fotossíntese.

O projeto vai capacitar as Agências Ambientais Estaduais, para que possam realizar o cadastramento de propriedades, além de trabalhar diretamente com o registro de terrenos de agricultores familiares em alguns municípios selecionados. O FIP também dará apoio à recuperação de reservas legais e de Áreas de Preservação Permanente (APPs) de posse da agricultura familiar.

A iniciativa é financiada pelo Fundo Estratégico do Clima (SCF), associado ao Fundo de Investimento das Florestas (FIP), e tem vencimento de 40 anos e dez anos de carência.

José Cruz/Agência Brasil

Comentários