A desorganização dos negócio do JBS está levando seus principais concorrentes a considerar a reabertura de unidades no Centro-Oeste, sobretudo em Mato Grosso, onde se concentra o maior abate de gado no País e onde o frigorífico dos irmãos batista controla 63% do mercado. De acordo com informações do jornal O Estado de São Paulo, o Minerva, terceiro maior frigorífico do Brasil, vai reativar a unidade de Mirassol D’ Oeste que estava parada desde 2015. A unidade pode abater até 1000 animais por dia e empregará 720 pessoas. O Marfrig, segundo fontes, também estuda reaberturas.
Executivos do Minerva – que na semana passada assumiu os negócios do JBS na América do Sul – vão se reunir com autoridades do Estado de Mato Grosso para informar os planos de reativação. A unidade vai precisar de alguns reparos e contratações, mas deverá voltar a operar nas próximas semanas. Dona também de unidades de abate no Estado, a Marfrig, vai avaliar em julho, se abrirá a operação de Nova Xavantina, que fazia parte de uma massa falida e está fechada.
Os Beagle Boys (JBS, Marfrig e Minerva) participaram nos últimos anos de um movimento de concentração do setor. O JBS e o Marfrig tiveram apoio do BNDES para fazer aquisições dentro e fora do Brasil.
O Minerva também fez em aquisições no País e passou a olhar ativos na América do Sul. No fim de 2015, o fundo Salic, da Arábia Saudita, comprou 20% do capital do frigorífico brasileiro, o que possibilitou maior musculatura para a companhia avançar no País. O grupo chegou a anunciar no ano passado a compra de um concorrente, o Frisa, mas a operação não foi adiante.
A desorganização dos negócios do JBS tem deixado vários pecuaristas preocupados. Maior frigorífico do País, o JBS é responsável por 25% do abate de gado no Brasil, segundo a consultora Lygia Pimentel, da Agrifatto.
A turbulência afeta os preços da arroba do boi no mercado. Frigoríficos concorrentes não conseguem absorver de uma hora para a outra todo o gado que os pecuaristas deixaram de enviar para o JBS, o que leva ao alongamento das escalas e queda nos preços.
Mas a crise do JBS também traz oportunidades. “Não há manobra nem espaço para os frigoríficos concorrentes assumirem todo o vácuo deixado pela JBS nessa crise, mas os concorrentes estão se movimentando neste sentido”, diz Luciano Vacari, diretor-executivo da Associação de Criadores do Mato Grosso (Acrimat)
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