Brasil proíbe 5 frigoríficos do Marfrig, JBS e Minerva de exportar para os EUA


O Ministério da Agricultura suspendeu as exportações de cinco frigoríficos para os EUA, depois de autoridades sanitárias americanas identificarem irregularidades provocadas pela reação à vacina de febre aftosa. A proibição continuará em vigor até que sejam adotadas "medidas corretivas", disseram técnicos do ministério. O bloqueio do Mapa atinge três estabelecimentos do Marfrig, um do Minerva e um do JBS. De acordo com técnicos do Ministério da Agricultura, o mecanismo de "autossuspensão" permite que as exportações sejam retomadas de forma mais acelerada.

De acordo com o presidente do conselho da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Camardelli, a vacina contra aftosa causa reações que provoca abscessos em alguns animais. Quando o problema é visível, a parte afetada é retirada pelo frigorífico e descontada do pecuarista. Mas há casos em que as marcas são internas. Camardelli diz que os fabricantes de vacinas terão de encontrar uma solução para o problema. "Já havíamos alertado os produtores de vacinas para os problemas reais que estamos tendo", ressaltou. "Temos de garantir a abertura desse mercado que é tão importante e demorou tanto para ser aberto", diz Camardelli em relação ao mercado americano.

Na terça-feira, 20, a agência responsável pela supervisão sanitária nos EUA enviou orientação a seus inspetores determinando a rejeição de todos os produtos das cinco plantas. Os que já estiverem sido apresentados na alfândega só serão admitidos depois de passarem por re-inspeção. "Essa é uma ação preventiva e temporária do Brasil, para aperfeiçoamento dos processos das empresas", disse Luiz Caruso, adido agrícola em Washington.


A JBS informou que encaminhou os esclarecimentos solicitados por meio da Abiec e ressaltou que não foram encontrados problemas relativos às instalações da planta nem à qualidade do produto. Em nota, a Marfrig disse que está adotando providências para atender às "exigências do mercado americano nos seus processos produtivos". Antes da decisão, o Brasil tinha 31 frigoríficos habilitados para exportar aos EUA, metade dos quais da JBS.

Com a suspensão de três de suas plantas, a Marfrig ficará com apenas duas autorizadas a vender ao mercado americano. A Minerva teve um de seus cinco estabelecimentos desabilitados.

Os EUA abriram seu mercado de carne in natura para o Brasil em 2016, em uma medida criticada por entidades locais. "O Brasil tem sido um problema nos últimos dez anos", disse Tony Corbo, o principal lobista na área de alimentos Food & Water Watch.

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