"É importante estreitar relações com as ONGs"

Organizações governamentais e não governamentais: tudo junto e misturado.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) ligado ao ministério do ½ ambiente reuniu-se com organizações não governamentais (ONGs) de ambientalismo radical para combinar as estratégias de proteção da Amazônia. O evento, que ocorreu na última terça-feira (30), na sede do ICMBio, em Brasília, e contou com a participação do ISA, Ipam, Imazon, WWF, The Nature Conservancy e Greenpeace. A iniciativa foi do próprio ICMBio.

Durante o encontro, o Instituto e as ONGs firmaram o compromisso de promover o Fórum Permanente de Discussão de Monitoramento da Amazônia. O objetivo, segundo o coordenador-geral de Proteção do ICMBio, Luiz Felipe de Luca, é o de aproximar ainda mais o Instituto das ONGs. “Este momento (a reunião com as ONGs) foi importante e as perspectivas são de ampliar a comunicação entre nós (ICMBio) e demais órgãos que também atuam no monitoramento”, explicou.


Ainda durante o encontro, o ICMBio e as ONGs escolheram áreas para concentrar as ações de repressão contra o povo da Amazônia, como a BR-163 (no trecho Cuiabá-Santarém), a região conhecida como Tríplice Fronteira Amazônica (Amazonas, Mato Grosso e Rondônia) e a Terra do Meio (Pará), dentre outras. Posteriormente também haverá oficinas e acordos de cooperação entre ICMBio e as ONGs para monitorar mais fortemente essas áreas.

Práticas e metodologias

Uma das ferramentas mais utilizadas pelas ONGs é o Google Earth Engineer, que traz algumas vantagens como o processamento na “nuvem”, reduzindo a sobrecarga na máquina pois as imagens de satélite e radar costumam ocupar muito espaço, o que dificulta o download dos arquivos. O ISA é um dos que utilizam a ferramenta em conjunto com scripts (programas) que auxiliam na redução de nuvens das imagens obtidas pelo satélite Landsat 8 e do radar Sentinel.

“Estamos dando outra utilização desses scripts para acompanhamento em tempo real do desmatamento”, explicou o representante do ISA, Juan Doblas Prieto, visto que a ferramenta desenvolvida pelo Google é utilizada com mais frequência para finalidade acadêmica. O seu uso é gratuito.


O Imazon também utiliza o Google Earth Engineer, na metodologia SAD (Sistema de Avaliação de Desmatamento) cruzando com outros dados como o Prodes. “Em todas as nossas análises procuramos apresentar e disponibilizar os dados para serem usados pelo governo e para outros parceiros”, afirmou o pesquisador do Imazon, Heron Martins. O Imazon também atua no risco de desmatamento, ou seja, a probabilidade de ocorrer o desmate.

A WWF atua em conjunto com a Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. “Queremos fortalecer e consolidar as unidades de conservação como fatores que ajudam a combater o desmatamento diante do atual cenário”, disse a analista em geoprocessamento do WWF, Mariana Soares.

“É importante estreitar relações com as ONGs”, conclui a chefe da Divisão de Monitoramento e Informações (DMIF) do ICMBio, Kelly Borges.

Com informações de foto do ICMBio


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