Veto na Medida Provisória nº 756 (Jamanxim) é derrota para Sarney Filho


É grande a pressão para que o Presidente Michel Temer vete a Medida Provisória nº 756. Até o ator Leonardo DiCaprio resolveu entrar na onda das ONGs pedindo ao presidente do Brasil que prejudique os amazônidas de Novo Progresso no Pará em nome de uma suposta proteção da Amazônia. Além da pressão, Temer tem os pareceres de Sarney Filho recomendando o veto. É muito provável que Temer vete a Medida Provisória do Jamanxim. Mas, ao contrário do que parece, o veto é uma derrota de Sarneyzinho.

Isso porque Sarneyzinho tentou dar um golpe com a MP 756. O busílis é o seguinte:


1. O Governo quer construir uma Ferrovia ligando a zona agropecuária de Mato Grosso aos portos do Rio Tapajós-Amazonas;

2. A Ferrovia EF-170, carinhosamente chamada de Ferrogrão, acompanhará o eixo da BR-163;

2. A BR-163 passa por dentro do Parque Nacional (Parna) do Jamanxim, logo, a Ferrogrão também precisaria passar por dentro do Parna;

3. O Licenciamento da Ferrogrão dependeria, portanto, de um parecer favorável do ICMBio, responsável pelo Parna do Jamanxim;

4. Ao ICMBio seria vedado dar um parecer favorável à Ferrogrão uma vez que a atividade é ilegal em um Parna;

5. Para viabilizar a licença da Ferrogrão, seria necessário desafetar o eixo da Rodovia BR-163 por onde também passará a EF-170;

6. Isso foi feito por meio da Medida Provisória nº 758;

7. Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, os jihadistas do ½ ambiente imaginaram tentaram trocar a solução para a Ferrogrão por meio da MP 758 por meio de um golpe no povo de Novo Progresso: Eis a MP 756;

8. O texto original da 756 ampliava em mais de 100 mil hectares uma Área de Proteção Ambiental, a APA do Jamanxim, e criava restrições de acesso à Reserva Garimpeira do Tapajós;

9. Milhares de produtores rurais seriam abocanhados pela ampliação da Unidade de Conservação em troca da Ferrogrão;

10. Ocorre que o processo legislativo alterou o texto e transformou o que seria uma mordida dos ecopatas no povo da Amazônia em uma mordida do povo da Amazônia nos ecopatas;

Eis que os ecopatas governamentais e não governamentais pedem o veto. Mas o veto significa apenas que a Ferrogrão virá sem contrapartida aos ecopatas. Com veto ou sem veto, os jihadistas do ½ ambiente santo dos últimos dias sairão com uma mão na frente e um dedo atrás.


Agora, perdem também os guerreiros do Jamanxim que voltarão à estaca zero de luta exasperada.

O busílis é o seguinte:

1. Em 2006 os ecopatas da Madre Teresa de Xapurí criaram a Floresta Nacional do Jamanxim sobre uma área ocupada por colonos pioneiros da construção da BR-163;

2. Esse povo, que eu chama de guerreiros do jamanxim, passou a ser perseguido pelos agentes da repressão ecocida, os fiscais do Ibama;

3. Há mais de uma década esses homens e mulheres lutam por uma condição digna de convivência com as áreas protegidas no entorno da BR-163;

4. A MP 756 seria a solução para essa gente sofrida porque os tiraria de uma Unidade de Conservação onde a atividade humana não florestal é crime e os colocaria em outro tipo de Unidade de Conservação onde a atividade humana não florestal é tolerada.

5. Os próprios agentes da repressão ambiental afirma, como está expresso na exposição de motivos da MP 756 que é necessário encontrar uma solução para os guerreiros do jamanxim;

6. O veto os deixará na mesma situação onde foram jogados pelo ato canalha de Marina Silva.

Em tempo, este blogger acha perfeitamente plausível que os ecotalibãs do ICMBio e do Ministério do ½ ambiente dificultem ou impeçam o licenciamento da Ferrogrão uma vez que ficaram sem contrapartidas. Quem viver verá.

Foto: Pedro França/Agência Senado

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