Sinal dos tempos na pecuária

A pecuária bovina de Mato Grosso do Sul continua sentindo os impactos da retração do rebanho decorrente da perda de espaço para agricultura e florestas plantadas. O Ministério da Agricultura (Mapa) estima queda superior a meio bilhão de reais no montante a ser movimentado pela atividade em 2016. O valor bruto da produção (VBP) da pecuária bovina sul-mato-grossense, segundo projeta o Mapa, será de R$ 8,018 bilhões neste ano, recuo de 6,36% na comparação com a cifra de 2015, de R$ 8,563 bilhões. Em números absolutos, o decréscimo é de R$ 545,25 milhões.

O rebanho bovino de Mato Grosso do Sul, que já teve 25 milhões de cabeças em 2003, fechará 2016 em 20,65 milhões, de acordo com a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro/MS). Em relação a 2010 (22,135 milhões), a redução é de 6,7%.

A queda do rebanho bovino de Mato Grosso do Sul ocorre em um cenário de expansão de áreas de outras atividades, como soja e floresta. A área de plantio da oleaginosa cresceu 34% da safra 2009/10 (1,712 milhão de hectares) para a safra 2014/15 (2,3 milhões de hectares), conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Já a área de eucalipto mais que dobrou de 2009 a 2014 (de 352.550 para 764.350 hectares na comparação entre as safras de inverno de 2009/10 e de 2013/14), segundo dados do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga), do Sistema Famasul.

O titular da Superintendência Federal de Agricultura no Estado (SFA/MS), Celso de Souza Martins, aponta para uma estabilização do rebanho bovino. “Não temos registrado, atualmente, movimentação de queda [do rebanho bovino], mas há uma diminuição da exportação da carne e do [volume de] abate”, afirmou o superintendente.

Fonte: Com informações do Correio do Estado

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