Agroicone lança a metade de um guia sobre como ganhar dinheiro reflorestando Reserva Legal

O lindo pau-jacaré
Agricultores podem ganhar dinheiro plantando árvores. Podem perder também. A hipótese do ganho norteia um levantamento feito pelo instituto de pesquisa Agroicone lançado nesta terça-­feira (16). O documento levantou o valor de mercado de 109 espécies naturalmente encontradas no Cerrado e na Mata Atlântica e supõe equivocadamente que esse valor poderá render aos agricultores obrigados, por lei, a manter uma área destinada à preservação do verde.

“O novo Código Florestal obriga proprietários de terra no Brasil a terem significativas áreas com florestas, que podem ser exploradas economicamente. Por isso faz sentido desenhar arranjos de florestas nativas combinando exigência legal com seu aproveitamento produtivo”, diz Eduardo Malta, que elaborou o guia junto com Paolo Sartorelli.

De acordo com os estudos, a madeira obtida com essas árvores pode render de R$ 50/m³, para lenha, e até R$ 570/m³, se aproveitada nas serrarias. “Além da madeira, as árvores podem trazer outras vantagens — como alimentos ou compostos para fins farmacêuticos e cosméticos. Nesses casos, o valor de mercado tem uma amplitude ainda maior e dependerá do arranjo de uma cadeia produtiva organizada, diz Sartorelli.

O trabalho baseia-se na premissa equivocada de que o valor de mercado da madeira é um ponto solto no tempo e no espaço. Não é.

O valor de mercado de qualquer produto florestal, madeireiro ou não, (aliás, de qualquer bem de mercado) é dado pela interação entre a demanda pelo produto e a oferta do produto. O preço de mercado do pau-jacaré hoje é o resultado da interação entre a oferta de pau-jacaré e a demanda por pau-jacaré. Você tem ideia de que acontecerá com esse preço quando derramarmos o pau-jacaré proveniente de 15 milhões de hectares reflorestados?

Eu tenho uma ideia.

Os ambientalistas no Brasil não entendem patavinas de economia. Nosso conhecimento sobre o reflorestamento ainda carece de uma análise econômica bem feita dessa atividade. É preciso distribuir custos e receitas no tempo de descontá-los para poder comparar o valor no presente. Isso é o básico de Matemática Financeira I.

Para isso é preciso conhecer as espécies e os sistemas de produção. Nesse sentido o guia do Agroicone é meio guia. Sem conhecer a engenharia financeira dessa nova economia da recuperação florestal é impossível saber quais correções são necessárias.
Conhecer as espécies ajuda, mas sugerir que o valor dessas espécies hoje é proxi da viabilidade econômica da atividade de recuperação florestal só atrapalha.

Clique AQUI e faça download da íntegra do meio guia do Agroicone.

Vislumbre mais do deserto a nossa frente:


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