Falência do Sistema Nacional de Unidade de Conservação ameaça Parque Nacional Serra da Capivara

A arqueóloga Niéde Guidon, diretora-presidente da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham) e também administradora do Parque Nacional Serra da Capivara, patrimônio arqueológico internacional, está vendendo veículos do parque para pagar direitos trabalhistas de pelo menos 80 funcionários que foram demitidos em 2015. A crise iniciou com a interrupção do fluxo de recursos do Governo e da Petrobras à Fundação.

“O que acontece é que não estamos mais recebendo esses repasses que eram feitos naturalmente todos os anos, e garantia a manutenção do parque. Mas infelizmente, o governo mudou a lei de compensação ambiental e as empresas não são mais obrigadas a passar esse valor diretamente para as instituições, mas sim, mandam para Brasília, para o fundo de compensação ambiental. Então nós estamos praticamente no fim”, contou.

Niéde diz que a manutenção do Parque Nacional da Serra da Capivara custa em todo de R$ 6 milhões por ano, dinheiro que vinha da união, de compensações ambientais e de doações da Petrobrás.

Segundo a direção do parque, 16 das 28 guaritas foram fechadas. Sobrecarregado, em uma delas, o agente de manutenção José Pedro reclama da dificuldade de cuidar de mais de 16 km de estradas e trilhas todos os dias. “Como a gente tem o prazer de cuidar do parque, para que os acessos fiquem melhor, a gente sempre estende um pouco mais além do que podia fazer. Mas sem os recursos, não temo como mantermos isso”, contou.

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