A crise econômica e o acordo de Paris

Você sabe o que têm a ver a crise econômica pela qual passamos e as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa que assumimos em Paris? A consultora Lígia Pimentel, da Agrifatto, nos informa hoje que a pecuária deve amargar uma crise até, pelo menos, 2019.

Com base na queda real acumulada de 23% no preço do bezerro em um ano, a consultora evidencia o intenso ritmo de evolução do ciclo pecuário, agravado pela crise interna de consumo decorrente da perda de renda do brasileiro. Trocando em miúdos, tem muito boi, muita vaca, muito bezerro e pouco consumo hoje e no futuro.

Junte-se a isso uma cadeia concentrada na indústria com poucos frigoríficos fechando plantas e empurrando para baixo os preços da @ para defender suas próprias margens. Até os cachorros lá casa sabem que que próximos anos serão de aperto.

Para quem não sabe, quase 80% do produto da pecuária brasileira é vendido no mercado interno. Recessão implica em redução de consumo de carne, queda nos preços e encolhimento das margens do pecuarista.

Margens encolhidas, por sua vez, têm efeito direto na capacidade do pecuarista de fazer investimentos. Para quem não sabe, recuperação de pastagens degradadas e reflorestamento de reserva legal e APP são investimentos. São, também, metas que o Brasil assumiu no acordo de Paris.

Quem consegue juntar lé com cré (e os ambientalistas, em geral, não conseguem) já viu que a crise minará a capacidade do setor rural de ajudar o Brasil a cumprir as metas que assumiu no acordo internacional de mudança climática.

Alguém sabe se os cabeças de vento que pensarem o Planaveg estão levando essas realidade em consideração? Será que eles levam alguma realidade em consideração?

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