Mercado financeiro prevê taxa Selic de 9,25% em dezembro. Queda terá implicações no Crédito Rural.

O mercado financeiro manteve a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 4,36%, de acordo com o boletim Focus, uma publicação divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central (BC). O mercado projeta a taxa Selic em 9,25% no final de 2017 e 9%, em 2018. Atualmente, a Selic está é 12,25% ao ano. A queda na taxa de juros deve ter reflexos no crédito rural para o ciclo 17/18.

A projeção para a inflação este ano está abaixo do centro da meta de 4,5%. A meta tem ainda limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2018, a estimativa também não foi alterada e segue em 4,5%.

A projeção de instituições financeiras para o crescimento da economia (Produto Interno Bruto – PIB – a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) este ano foi ajustada de 0,48% para 0,49%. Para 2018, a expectativa é que a economia cresça 2,39%. A projeção da semana passada era 2,37%.

Queda da Selic

Para o mercado financeiro, a Selic encerrará 2017 em 9,25% ao ano e, em 2018, em 9% ao ano. Atualmente, a Selic está é 12,25% ao ano.

A Selic é um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação. Quando o Copom aumenta a Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida, o que gera reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, já sinalizou que o plano Safra 2017/18 deverá trazer juros mais baixos uma vez que as projeções apontam para uma queda brusca das taxas. Por outro lado, a crise fiscal obrigará o Governo a cortar o volume de crédito disponibilizado aos agricultores. O Secretário de Política agrícola do Mapa anda falando em corte de R$ 20 bi em relação aos R$ 202 bi disponibilizados para o ciclo passado.

Conforme este blogger já adiantou (veja aqui), os dois movimentos têm sentido contrário. A queda dos juros deverá elevar a demanda por crédito no momento em que o Governo terá de cortar o volume de recurso disponível.

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