Quem pode, pode.

Ontem, 15 de dezembro, surgiu um boato em Brasília de que a Comissão de Meio ambiente da Câmara colocaria em pauta o PL 6.424 que altera o Código Florestal. A comissão havia tentado aprovar esse projeto em novembro, mas uma manifestação do Greenpeace, com ativistas acorrentados e tocando sirenes no plenário, fez com que o projeto não fosse votado.

Na ocasião saíram algumas notas na imprensa dando conta de que o projeto havia sido retirado definitivamente da pauta da comissão pelo seu presidente, deputado Roberto Rocha (PSDB), por intervenção direta do presidente Fernando Henrique e do Governador José Serra, ambos do PSDB. O deputado Sarneyzinho e o lobista Mario Mantovani, da ONG SOS Mata Atlântica, chegaram a comemorar o enterro definitivo do projeto de lei.

Ocorre que o presidente da comissão foi congelar nas filas da cúpula do aquecimento em Copenhagen e deixou a presidência com vice, o deputado Marcos Montes do DEM, sobre quem Fernando Henrique e Serra não têm influência. As ongs então se alarmaram com a perda do controle sobre as ações do presidente da comissão e se mobilizaram.

Lançaram campanhas na internet pedindo que as pessoas ligassem para o deputado Rodrigo Maio, presidente do DEM, e exigissem que ele mandasse o Marcos Montes ficar quieto; contaram histórias no ouvido da Dilma Rousseff (que não sabe a diferença entre aquecimento global e meio ambiente) e fizeram ela botar o Ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, no circuito com a missão de impedir a votação do projeto e escalaram o deputado Edson Duarte (que é uma espécies de step do Sarneyzinho) para tumultuar a seção de hoje da comissão quando as ongs achavam que o projeto seria votado.

A seção começou as 14 horas e terminou as 14:22. Havia apenas dois parlamentares presentes, o presidente Marcos Montes e o deputado Antônio Feijão. O step do Sarneyzinho chegou atrasado para ouvir o deputado Montes dizer que o projeto não seria apreciado hoje.

Comentários