Acabo de receber um e-mail de um técnico agrícola, estudante de agronomia do Paraná, que trabalha lá a cinco anos com o SISLEG, que é o sistema daquele estado através do qual se faz a averbação da reserva legal. Nesse período ele informa ter feito o SISLEG de várias propriedades.
O profissional manifesta no e-mail sua angústia ao realizar esse trabalho. Diz ele ser muito difícil receber um produtor dono de um sítio de 5 alqueires com um pomar e uma horta, 2 alqueires de pasto e outros 2 de cana e mandioca usados para alimentar 7 vacas de leite. Tudo o que o produtor tem e o sustento da sua família a vinte anos vem do trabalho duro nesse sítio.
O profissional se sente mal, como qualquer um que não more em Brasília ou no Rio de Janeiro se sentiria, ao dizer para esse produtor, e a muitos outros iguais a ele, que ele terá que retirar 1 alqueire de sua propriedade para plantar reserva e que essa reserva tem que 484 espécies diferentes das quais a prefeitura fornece 200 e ele vai ter que comprar com recursos próprios as outras 248, que ele terá que preparar o solo, plantar as mudas e dar tratos culturais e manutenção por conta própria.
Em tempo, nossa lei ambiental obriga produtores como o descrito pelo colega do Paraná no seu e-mail, a gastar os próprios recursos, o próprio suor e o próprio sangue para garantir o bem estar do mundo.
Agradeço ao colega do Paraná pelo seu e-mail e pela autorização para publicá-lo.
O profissional manifesta no e-mail sua angústia ao realizar esse trabalho. Diz ele ser muito difícil receber um produtor dono de um sítio de 5 alqueires com um pomar e uma horta, 2 alqueires de pasto e outros 2 de cana e mandioca usados para alimentar 7 vacas de leite. Tudo o que o produtor tem e o sustento da sua família a vinte anos vem do trabalho duro nesse sítio.
O profissional se sente mal, como qualquer um que não more em Brasília ou no Rio de Janeiro se sentiria, ao dizer para esse produtor, e a muitos outros iguais a ele, que ele terá que retirar 1 alqueire de sua propriedade para plantar reserva e que essa reserva tem que 484 espécies diferentes das quais a prefeitura fornece 200 e ele vai ter que comprar com recursos próprios as outras 248, que ele terá que preparar o solo, plantar as mudas e dar tratos culturais e manutenção por conta própria.
Em tempo, nossa lei ambiental obriga produtores como o descrito pelo colega do Paraná no seu e-mail, a gastar os próprios recursos, o próprio suor e o próprio sangue para garantir o bem estar do mundo.
Agradeço ao colega do Paraná pelo seu e-mail e pela autorização para publicá-lo.
Comentários
Acho que vale a pena reproduzir este trecho da coluna de Luis Nassif:
(http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/12/01/a-discussao-do-codigo-florestal/)
"Do jeito que a coisa vai indo, o Judiciário brasileiro, que no geral, tem tido uma postura alheia aos impactos socioeconômicos locais, irá protagonizar mais uma REFORMA AGRÁRIA, que nem o MST, jamais em tempo algum, imaginou atingir, em quantidade de áreas a serem interferidas e, sem um plano sequer, de geração de valor nessas áreas a serem cercadas, como SERVIÇOS AMBIENTAIS, por exemplo.É uma precipitação sem precedentes.
Só que agora os atores são outros : do lado passivo, está o agricultor brasileiro e, do lado ativo, os países ricos que pressionam em veículos da grande mídia e até em publicações especializadas, além, das ONGS, para construir no Brasil o Jardim do Éden, que já destruiram em suas origens e não conseguem, recuperá-lo.
Se medidas desta natureza, fossem tomadas em países como os EUA, França, por exemplo, provocariam outras revoluções.
Os agricultores brasileiros, para competir com os produtos estrangeiros, via exportação, além, de não terem uma política agrícola decente, enfrentam diariamente, altos subsídios e barreiras tarifárias de seus concorrentes e, agora, querem tomar-lhes mais 20 % de sua plataforma produtiva!
Temos que ajustar o CÓDIGO FLORESTAL, porém, às novas realidades mundiais.
Se temos ATIVO AMBIENTAL a oferecer(RESERVA LEGAL), em contraste com os países centrais, que possuem, ENORMES PASSIVOS AMBIENTAIS, há que se fazer um LINK contábil e construir os fundos necessários à custear qualquer intervensão no meio produtivo rural e, manter esta fonte de renda como se fosse uma lavoura cultivada.
Aí sim, teremos um MEIO AMBIENTE compartilhado por toda sociedade."
Pode até ser. Um dos caminhos seria deixar os produtores serem maciçamente multados até o IBAMA tomar vergonha na cara, ou os produtores aprenderem a colocar os técnicos do IBAMA para correr, ou promoverem uma revolução.
Outro, seria como no caso de Resende, onde depois de preparado o pedido de averbação de reserva legal os produtores procuram a Agência Ambiental do Município que prepara os processos, encaminha pilhas deles para o IBAMA, e faz a defesa judicial.
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