Pressão do Governo sobre o prazo do CAR leva produtores rurais a pagar caro pelo serviço

A pressão do Ministério do ½ Ambiente para que o prazo para realização do Cadastro Ambiental Rural (CAR) não seja prorrogado está levando produtores rurais a pagar preços abusivos pela realização do serviço. O prazo encerra no próximo dia 5 de maio e o Ministério do ½ Ambiente tem negado que haverá uma nova prorrogação, embora saiba da necessidade.

Em São Paulo, o preço cobrado pelas consultorias pode chegar a R$ 750 por hectare. Além disso, apenas pelo envio dos dados levantados em campo para o sistema do governo pode custar um valor adicional de até R$ 1.500. Em Goiás e no Distrito Federal, o valor mínimo cobrado é de R$ 1.500 por uma propriedade de até mil hectares. Mas o preço varia bastante em função da dificuldade do trabalho.

“Nós desembolsamos 80 mil reais pra poder fazer todo este levantamento topográfico, inscrição no CAR e deixar a fazenda regularizada”, afirma o produtor rural Fabiano Crozariol da Silva, que tem uma propriedade de 600 hectares no interior paulista.

Em Formosa de Goiás, o produtor rural Rafael Amorim vai desembolsar cerca de R$ 1.300 para fazer o cadastro em cada uma de suas duas fazendas. Além disso, vai pagar mais R$ 4 mil pelo georreferenciamento de uma das propriedades.

Com informações do Canal Rural. Veja matéria com vídeos e depoimentos: CAR é gratuito, mas há produtor que pagou até R$ 80 mil pelo serviço

Em tempo, o Governo sabe que o prazo do CAR precisa ser alterado. As constantes negativas públicas dos técnicos e da própria Ministra do ½ Ambiente tem um só objetivo: forçar o produtor a correr para o cadastro nesses momentos finais.

Anos atrás este blogg passou a grafar Ministério do ½ Ambiente usando o símbolo ½ no lugar da palavra "meio" como forma de satirizar a segregação imbecil entre ambientalismo e produção rural naquele órgão nos tempos bicudos dos Ministros pop stars, Marina Silva e Carlos Minc.

Por décadas os ambientalistas radicais de organizações NÃO governamentais possuíram por trás o Ministério do Meio Ambiente, uma entidade governamental, criando um abismo entre quem produz e a vontade de proteger o meio ambiente.

Buscar proteção ambiental guerreando contra o brasileiro rural é buscar a proteção apenas ½ Ambiente, não do ambiente inteiro. Por isso eu brincava com o termo Ministério do ½ Ambiente.

Depois que assumiu o Ministério, Izabella Teixeira afastou as ONGs e abriu um canal de diálogo com o setor produtivo. Escrevi isso aqui no blog no dia 5 de maio de 2011, curiosamente cinco anos antes do próximo dia 5 de maio quando expirará o prazo do CAR: O Ministério do ½ Ambiente precisa ser des'ONG'uisado.

A atitude de Izabella, por quem este blog nutre um profunda simpatia, passou então a grafar o termo Ministério do Meio Ambiente sem o símbolo ½ como um reconhecimento de que o Ministério passara a encarar o meio ambiente como um todo, incluindo a necessidade de produção a partir de uma ação de reaproximação com o setor rural.

Agora este blogg se vê obrigado a retomar a grafia com o símbolo ½. Ao negar a prorrogação do prazo do CAR como forma de aterrorizar produtores rurais forçando-os a correr para o CAR muitas vezes morrendo nas mãos de mercenários fazedores de mapa, Izabella Teixeira se perdeu. Isso é postura do antigo modus operandi do Ministério ½ Ambiente e terá consequências.

Alguém imagina que o Brasil conseguirá recuperar 12,5 milhões de hectares de vegetação nativa se a área ambiental se o governo voltar a tratar produtor rural como filho-da-uta, como o MMA fazia antes da expulsão das ONGs?

Tenho dito isso aqui no blog várias vezes. O grande ganho da reforma do Código Florestal não foi o texto final, que continua muito ruim. O grande ganho das novas regras foi a reconciliação entre os produtores rurais e a proteção ambiental.

Antes da nova lei, assediados pelos ecojihadistas e submetidos a regras absurdas, o setor rural se afastou o meio ambiente. Com as novas regras, o setor se rural mudou de postura.

Izabella Teixeira está jogando essa reaproximação no lixo.

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